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domingo, 24 de setembro de 2017

Por mais momentos assim

O trabalho de Coach vem me proporcionando conviver com as mais diversas interpretações que as pessoas, em geral, fazem da realidade. Com isso, vem a necessidade de aprofundamento contínuo no estudo das técnicas do Coaching, para que eu possa colaborar de verdade com aqueles que buscam desencadear seu mais pleno potencial no alcance de suas metas. Porém é o contínuo processo de autoconhecimento, de aprimoramento de um olhar para meus próprios "assuntos internos" que é a verdadeira base de todo o trabalho.

Com muita satisfação, venho participando de um grupo de colegas Coaches, onde discutimos questões técnicas e compartilhamos apoio, conhecimentos e descobertas, o Integracoach. Em nosso encontro passado, muitos momentos de insights aconteceram, dos quais, destaco três:

"Missão e propósito são a mesma coisa?"
Entendo como missão de vida o elemento que está mais profundamente arraigado em nosso ser, e que é capaz de nos mover em direção às nossas metas. É nossa razão maior de nos sentirmos plenos. Não são raras as vezes, porém, que pessoas simplesmente nascem e morrem sem nunca terem se dado conta de suas reais missões em suas vidas. Já o propósito é algo que estimula o cumprimento da missão, que faz com que a movimentação faça sentido. Se nossa missão for, por exemplo, cozinhar para outras pessoas, mas nosso propósito for apenas ganhar dinheiro com isso, pode ser que não estejamos vivendo o que há de mais rico na experiência de se viver essa missão, pois pode ocorrer de estarmos "ganhando dinheiro" em outra atividade que não seja a da nossa real missão. Conseguir unir nossa missão e nosso proposito parece ser o que há de mais verdadeiro dentro da palavra SUCESSO.

"Se não pode evitar o julgamento, pelo menos evite a sentença".
Cada vez mais ouve-se que devemos ser cuidadosos com os nossos julgamentos, tanto os autojulgamentos quanto aqueles dirigidos aos outros. No trabalho de Coaching, esse é um dos pilares do trabalho, o "não julgar". Apesar de, como Coaches, termos o treinamento necessário para executar a escuta ativa sem deixar julgamentos virem à tona, existem situações fora dos processos de Coaching que qualquer pessoa, por sua  própria condição humana, acaba comparando certos acontecimentos a partir de seus próprios sensos de justiça, que são, quase sempre, únicos. Assim, ocorrem os julgamentos, dando margem para rotulações de "certo", "errado", ridículo", ou "isso nunca vai dar certo". Ora, mesmo que, em sentido geral, pareça tão desafiador assim evitar julgamentos podemos, pelo menos, evitar "sentenças", como "você está errado e deve sofrer por isso", ou "isso não vai dar certo e você dever fazer outra coisa". Quantos sonhos já foram mortos a partir de uma única sentença? 

"Só existe a autocura".
Qualquer dor ou doença que se tenha, seja de ordem física, mental, espiritual, ou emocional, só poderá ser curada pela própria pessoa que a sente. Não que alguém necessariamente precisará se curar sozinho, mas, mesmo no exemplo simples de se tomar um medicamento para uma dor física, será o próprio corpo dessa pessoa que reagirá aos efeitos do medicamento, levando à cura. O medicamento, por si só, não terá nenhuma eficácia caso o próprio corpo não reaja. Assim é também para as questões emocionais. Em todos os casos, será única e exclusivamente o entendimento e adequação de situações internas que levará à cura, mesmo que o estímulo venha de alguém externo, ou de uma situação catalizadora de possibilidades de cura. Em outras palavras, podem acontecer diversas coisas por fora, mas a cura mesmo só pode acontecer por dentro. 

Quantos aprendizados em uma única noite. Quantos insights. Quanto compartilhamento. São momentos que podemos nos conectar com padrões elevados de existência, conexões essas que podem ocorrer a partir de diversas formas, desde em uma reunião profissional, como a citada, como em uma roda de amigos conversando em um bar. Que pode se dar em uma sala durante uma aula na faculdade, ou em uma feliz selfie com a família. Em uma epifania espiritual, no contato com um ser mais elevado, ou numa simples caminhada solitária contra a brisa de um dia de sol.

O importante é se afastar ao máximo do que nos faz mal. Do que drena nossa energia. Do que é tóxico. E aproximar-se do que nos potencializa.  Viver esse potencial!

Por mais momentos assim em nossas vidas.

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Cangurus, lagostas e outros seres

O nascimento de um canguru é um dos mais dramáticos do reino animal. Ele oficialmente nasce quando ainda está praticamente em fase embrionária, medindo cerca de 2cm e pesando algo em torno de 1g.. Cego, e ainda sem as patas traseiras desenvolvidas, o bebê precisa escorregar até a famosa bolsa da mamãe canguru, chamada marsúpio, para completar sua formação. Esse processo, entre nascer e chegar até a bolsa da mãe, leva em torno de 5 minutos. Minutos esses que, podemos imaginar, devem parecer uma eternidade para um ser tão pequenino e frágil, que precisa ir se agarrando aos pelos da mãe e cuidando para que não caia no chão, o que seria fatal para o bebê. Ele já nasce praticamente lutando pela vida. É de sua natureza.

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A lagosta é um crustáceo que, como outros de sua espécie, possui o que se chama de exoesqueleto. Uma espécie de armadura que a protege mas que, após determinado tempo, não acompanha o crescimento do animal em si. Assim, conforme a lagosta vai crescendo, chega um momento em que, ou a lagosta abandona essa proteção biológica que tem e continua crescendo até desenvolver outro exoesqueleto, ou vai ficar do mesmo tamanho para sempre. A natureza sempre a impele a crescer, e trocar de proteção quando essa está refreando seu crescimento. É de sua natureza.

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Existe uma espécie de peixe endêmica do Havaí de nome científico Lentipes Concolor, que nunca ultrapassa os 7cm, e que tem uma característica quase impensável para um peixe: ele é capaz de escalar paredões rochosos de cachoeiras de quase 150m de altura para procriar. Graças a ventosas dispostas em seu corpo, o pequeno peixe vai se agarrando às pedras úmidas contra o fluxo d'água de uma enorme cachoeira para cumprir seu destino de procriar no mesmo lugar onde nasceu. Muitos acabam caindo, e reiniciando sua jornada. Alguns caem, e morrem. É de sua natureza.

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Apesar de bastante difunda, existe uma bonita lenda que a águia é uma ave que, em determinada fase da vida, precisa arrancar suas garras por já estarem enfraquecidas, além de ter que arrancar suas penas e quebrar seu bico contra as rochas para renovar-se. Bem, tudo isso não passa mesmo de uma bonita lenda. Quando se vê uma águia bicando pedras, ela, na verdade, está afiando seu bico e o mantendo em tamanho confortável para sua alimentação. Além disso, ao contrário de ter suas garras enfraquecidas com o passar do tempo, a sobreposição das camadas de queratina faz com que suas garras fiquem, na verdade, cada vez mais fortes. Esses fatos, sim, são de sua natureza.

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Se o próximo ser descrito fosse você, qual seria a história, em poucas linhas? O que sobre você seria incrível? O que seria único? O que seria verdade? A "sua natureza" te agradaria?

Ao contrário dos animais, você pode fazer escolhas além dos hábitos e instintos.

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli