Imaginemos o início de um projeto
qualquer: um novo emprego, um novo relacionamento, a aquisição de um grande
bem, qualquer coisa. Saibam que, a todo momento, esse projeto pode ser
graficamente apresentado a partir da
chamada Curva S.
A base do S é o início do
projeto. Ele costuma ter desenvolvimento lento, na mesma proporção em que nosso
aprendizado vai se construindo ao longo do tempo. A evolução que começará a
apontar o desenho do S para cima terá início a partir do momento em que
sistematizações começarem a funcionar, de modo que o aprendizado começa a ser
mais prático, intuitivo e rápido. Essa linha em ascensão, inevitavelmente,
chegará a um platô de evolução onde não mais apontará para cima, mas sim, cada
vez mais para a direita. É o momento em que já há muito se superou a fase do
aprendizado, que já não há mais para onde subir ou melhorar, e já podemos nos
considerar vivenciadores avançados
naquele contexto.
Quando nos encontramos na ponta
extrema superior do S, existem três possibilidades:
1) Plantar-se
nesse contexto sem criar novas perspectivas. O famoso “em time que está
ganhando, não se mexe”. Mas, pensando bem, temos controle sobre a forma que os
times que até então estavam perdendo para nós vão jogar amanhã? Deixando tudo
como está, estamos sendo responsáveis pela manutenção do sucesso de nossos
projetos, ou apenas contando com a sorte?
2) Ver
o topo, o fim do S como um precipício sem fim. Sentir no coração uma ponta de
frustração ao perceber que se chegou ao topo, e que não há mais para onde
subir. À beira da escuridão de um precipício o qual escalamos com força e
vontade genuínas, alguns de nós podem ficar contemplando o vazio
indefinidamente. Outros podem, em um momento de desespero, se atirar no nada. E
outros podem aproveitar o momento para ir ao próximo nível de seus projetos,
sonhos e objetivos.
3) Iniciar
uma nova curva S! Elevar os padrões! “Subir a régua”! Quando nos sentimos em um platô de evolução,
nada nos impede de o utilizarmos como uma base para um salto que nos levará ao
ponto inicial de um novo S em nossa vida, passando novamente pelos estágios de
lento aprendizado, evolução e manutenção do status quo.
A mudança que tanto esperamos não precisa necessariamente
ser de emprego, de pessoas, de recursos financeiros ou de possibilidades. A
mudança mais importante de todas é quando percebemos que paramos de evoluir, e
decidimos retomar nossa evolução elevando nossos padrões começando de novo de
um patamar mais alto, de forma consciente e responsável.
E assim, indefinidamente podemos seguir nos elevando ao
longo da vida. O aprendizado de hoje é o elemento essencial para o avanço de
amanhã. Vamos empilhando Ss ao longo do tempo. E que cada um deles seja o
guardião de uma história inspiradora a quem nos perguntar como anda nossa vida.
Marcelo Pelissioli