O que define a maturidade de uma
pessoa, em termos psicológicos? Acredito que não seja a idade, nem as
experiências, e nem ao menos a capacidade prática de se lidar com a própria
realidade a partir do seu ângulo de visão, mas sim, entendo que a maturidade é
atingida quando assumimos 100% a responsabilidade sobre nossas vidas.
Assumir essa responsabilidade é
questão de exercício, e cada pessoa levará o seu próprio tempo para chegar ao
estágio máximo dessa consciência. Muitos entre nós, inclusive, não conseguirão
chegar a essa conclusão em seu tempo de vida.
Lembremos que existem ocorrências
que temos controle direto, realidades que podemos criar, outras que podemos
alcançar um controle indireto, e outras que absolutamente não teremos controle
nenhum. Mesmo assim, a ilusão de que podemos exercer controle sobre tudo, ao
contrário de parecer libertadora, é uma verdadeira prisão de grades feitas de
ansiedade e angústia. Em outras palavras, os contextos os quais seremos
personagens nem sempre serão de nossa preferência.
Nesses momentos, somos levados a
“ter que” agir como se fôssemos escravos de nós mesmos. “Preciso acordar muito
cedo porque tenho que trabalhar”. “Preciso trabalhar porque tenho que pagar
minhas contas”. “Tenho que me esforçar
mais do que os outros porque meus pais não me deram estudo”. “Tenho que parecer feliz para que as pessoas
gostem de mim.” “Tenho que fazer dieta porque não me sinto bem com meu corpo”.
É muito provável que o contexto
em que você está não esteja sobre seu controle, mesmo. É muito provável que
esteja fora do seu controle ter um emprego estável sem ter que acordar cedo.
Que o trabalho formal seja, de imediato, uma forma mais segura de pagar as
contas. Que sua infância tenha sido bem mais carente do que a de outras pessoas
do seu círculo social. Que, com tudo isso, a atenção ao seu corpo físico tenha
ficado em segundo plano.
São exemplos de contextos que não
temos muito controle. Você não é necessariamente responsável por esses contextos.
Então, o que você “tem que
fazer”?
NADA. Absolutamente, você não
“tem que” fazer NADA!
O segredo está naquilo que você
ESCOLHE fazer nesses contextos. Como escolhe se comportar, e como escolhe agir.
“Eu escolho acordar cedo para trabalhar, de livre e espontânea vontade, pois
escolho ter mais liberdade e tranquilidade para pagar minhas contas”. “Eu
escolho me aprimorar nos meu tempo disponível porque isso é parte do caminho
para meus sonhos”. Eu escolho manter os melhores níveis de relacionamento com
as pessoas, para meu próprio bem-estar”. “Eu escolho ter carinho com meu corpo
físico, pois ele é o templo onde residem todas as minhas aspirações e
potencialidades”.
No fundo, tudo o que fazemos,
pensamos e sentimos são nossas escolhas.
Ser consciente de que somos 100% responsáveis por elas é primordial para
deixar de enganar a si mesmo e seguir evoluindo.
Encerro com os ensinamentos de
Sun Tzu, que no clássico “A Arte da Guerra” nos ensina: “A água escolhe
o seu percurso de acordo com o terreno que atravessa. O guerreiro busca a
vitória de acordo com o inimigo que enfrenta”.
Grato pela
confiança,
Marcelo Pelissioli