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quinta-feira, 8 de abril de 2021

Custos irrecuperáveis

 

 
Quando o pagamento por algo é realizado indevidamente e esse valor já não pode ser ressarcido, ou mesmo quando o retorno sobre esse investimento não conseguir se sobrepor a tudo o que foi aplicado, as ciências econômicas classificam tal custo como irrecuperável.

Cada um de nós sabe o tanto de vezes pela vida que já precisou assumir tais custos, não apenas nas questões financeiras, mas também nas fases em que precisamos assumir custos irrecuperáveis físicos, mentais e emocionais. Pelas mais diversas razões, o momento em que esse custo irrecuperável é assumido traz também uma grande sensação de vazio e sentimentos turbulentos, os quais, cada um de nós, a seu tempo e do seu modo, experimentará. Apesar da obscuridade desse estágio, o espectro que vai da negação até a aceitação nos desperta para que, não sem algum nível de sofrimento, ao se assumir esses custos irrecuperáveis, assumimos também o fluxo natural de nossas existências, que não mais significa do que seguir em frente. E só há um momento possível para ajustarmos nossas bússolas para realizarmos esse movimento: a partir de agora.

Os custos irrecuperáveis, na economia, representam um custo passado. Apesar de servirem como fonte de experiência para futuras negociações, a despesa já ocorreu. Assim, apenas os custos futuros serão relevantes “a partir de agora”. Aí reside uma dádiva: a de podermos fazer melhor, com mais conhecimento na próxima vez.

As “segundas chances” que a vida costuma nos dar nem sempre nos chegam de graça. Por vezes, precisaremos tomar atitudes práticas positivas que permitam a materialização dessas chances, para que não dependamos, depois, de terceiras, quartas e infinitas outras chances. Que escolhamos nossos próximos custos com sabedoria.

Grato pela confiança,

Marcelo Pelissioli