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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O leito de morte de nossos sonhos

Um dos exercícios que pratiquei em minha jornada como Coach foi a de imaginar-me em meu próprio leito de morte. O exercício consiste em visualizar-se no ambiente em que você viverá seus últimos minutos, com as pessoas queridas, uma a uma, despedindo-se de você, e você dizendo as últimas palavras a cada uma dessas pessoas. Esse exercício para mim, foi extremo, o mais desafiador que já havia praticado. Bastante pesado. E, na mesma proporção, um dos mais surpreendentes em termos de resultados.

Em um momento derradeiro como o do exercício, o que realmente passa a ter importância? O que fica? Do que eu mais sentiria falta? Como é saber que todas as chances acabaram?  O que eu diria a cada uma das pessoas que viessem me ver pela última vez? Quais sentimentos fariam sentido?

Aliás, O QUE faria sentido?

E meus sonhos e aspirações, aquilo que nem tentei, vão morrer junto comigo? Eles parecem muito mais saudáveis do que eu! Vou me tornar um verdadeiro túmulo de meus sonhos, e enterrá-los vivos dentro de mim? 

*  *  *

Na ocasião da construção da minha primeira casa, havia no terreno um arbusto que é conhecido como espinheira-santa. Muitas pessoas diziam que aquela planta era um chá eficiente contra diversos males do aparelho digestivo, entre eles, gastrites e úlceras. Eu estava feliz com aquele pequeno arbusto no quintal, até que me dei conta que a garagem passaria exatamente sobre a planta, que teria que ser cortada. E foi. E o concreto veio por cima.

Eis que o arbusto de espinheira-santa caiu no esquecimento. Até um ano e meio mais tarde.

Do meio do concreto, pela lateral da garagem, um pequeno broto da espinheira-santa passou um ano e meio forçando e lutando pela sua vida, ziguezagueando espaços na escuridão em direção à luz. Na consciência vital das fortes raízes que ficaram, a planta buscou espaços milimétricos para romper a dureza do concreto, e surgir de volta para o mundo. Ela cresceu. De tempos em tempos eu precisava dar uma podada, mas nunca mais tive coragem de cortá-la. Ela venceu seu próprio túmulo.

Assim são nossos sonhos. Eles se debatem dentro de nós. Eles sabem quem somos e quem podemos ser. Eles também têm uma consciência vital. Eles estão, tal qual o exemplo da espinheira-santa, procurando brechas para chegar à luz. 

*  *  *

Quando o exercício do leito de morte acaba, um sentimento de alívio muito forte tomou conta de mim. "Ufa, eu estou vivo"! E, apenas por me dar conta que eu estava VIVO, percebi a quantidade de coisas que tenho para realizar, de sentimentos bons para compartilhar, de pessoas que tenho HOJE que dizer que amo, que viver a gratidão é uma arte, e que é preciso praticar o perdão, em seu mais profundo senso, começando primeiramente a perdoar a mim mesmo.

Invista, e invista muito, em seus sonhos. Outro dia, ouvi que "a cada sonho abandonado, um anjo fica desempregado"...

Está difícil de "quebrar o concreto e alcançar a luz?"

O Coaching está aí para você.

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli





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