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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

O momento da mudança (2)


Se dependesse unicamente de você, o que você mudaria em sua vida?

A decisão de promover uma mudança que vise o aprimoramento de nossa existência é um fruto que amadurece em tempos diferentes na árvore da vida de cada um. Para algumas pessoas, o senso do desafio motiva a mudança de forma mais incisiva. Para outras pessoas, o senso da segurança obriga que os passos sejam lentos e em terreno bem firme.

Aceitando ou não, a vida está em constante movimento. Nosso próprio corpo se renova seguidamente. Quando olhamos para alguém hoje, e novamente a olharmos dentro de um mês, já não veremos a mesma pessoa, uma vez que todas as células da pele dessa pessoa terão sido substituídas por novas células. Em média, a cada 8 anos nosso corpo se renovará 100%.

Qual seu estado almejado? Procure imaginar esse estado como se fosse uma imagem em movimento, como um vídeo de alguns segundos.  O que há nessa imagem? Onde é esse lugar? Quais são os detalhes, as cores, os sons, os sentimentos? Quais são as pessoas ao seu redor? Tenha essa imagem bem clara, pois é ali que você almeja estar após passar pelo processo de mudança.

A clareza dessa imagem é o que determina os passos a serem dados. Por mais que sejam mudanças provenientes de nossa própria iniciativa, elas vão gerar desafios de diversos níveis, uma vez que, necessariamente, o que buscamos estará fora da nossa zona de conforto. Caberá a cada um dar o primeiro passo em sua jornada para entrar no quadro da imagem do estado almejado.

Sair da chamada "zona de conforto", que na verdade pode nem ser tão confortável assim, mas que pelo menos é conhecida, talvez seja o movimento que mais dispenderá energia. Promover a mudança é caminhar rumo ao desconhecido. É encarar nossas sombras e crenças limitantes. Porém, é apenas nesse caminhar que nosso mapa vai se ampliando, que vamos conhecendo e nos conhecendo mais. Que nossos valores se destacam. Que nossa identidade se revela.

Por vezes, promover uma mudança pode ser algo que pode parecer pequeno, como mudar pequenos hábitos nocivos em nossas rotinas. Outras vezes, mudar significa defender o valor de sua própria vida, que pode estar se esvaindo em uma vazia e melancólica sub-existência. 

"Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou." Palavras do grande filósofo Heráclito.


Inspire-se na imagem de seu estado almejado. Planeje. Verifique o impacto de sua mudança ao seu redor. Promova a mudança. Seja melhor. Seja grato.


Desejo que você consiga alcançar a imagem almejada o quanto antes. E que, para isso, promova as mudanças necessárias que dependem de você.


E que são de sua inteira responsabilidade.


Assumir essa responsabilidade pode ser a maior mudança a ser promovida.


Grato pela confiança,

Marcelo Pelissioli



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

O momento da mudança (1)

Se aparecesse na sua frente um grande botão vermelho escrito "surpresa", que indicaria uma mudança em sua vida, você o apertaria?

"Nada é permanente, exceto a mudança". Como as palavras de Heráclito chegam a você? Como uma bênção ou como uma ameaça?

Existem as mudanças geradas a partir de nossa própria iniciativa. Nessas, buscamos passar para um estado melhor das coisas. Tornar-se o proprietário de um carro, comprar uma casa nova, passar a morar com alguém ou mudar de emprego são alguns exemplos. E existem também as mudanças geradas pelo fluxo dos acontecimentos. Nesses casos, não há um controle inicial do processo, como um revés financeiro, uma demissão ou a perda de um familiar.

Em quaisquer dos casos, um processo de Coaching foca a mudança em si e inspira o cliente a definir estratégias para que se trabalhe com a mudança, ao invés de se trabalhar contra ela, uma vez que se evidenciam primeiramente os aspectos pessoais no que toca a mudança, nas formas que as pessoas envolvidas na mudança se comportam, pensam e agem.

Nesse artigo, vou enfatizar o tipo de mudança imposta sobre nós, Aquela que não escolhemos. Aquela que ocorre mesmo sem apertarmos o botão vermelho.

O livro Sobre a Morte e o Morrer, de Elizabeth Kübler-Ross (Martins Fontes, 2008, 9a. ed.), que apesar da temática da morte, vem sendo utilizado também nos ambientes corporativos nas questões de resistência nas mudanças estruturais das empresas, traz o seguinte modelo no que se refere às mudanças não planejadas:

A linha refere-se a uma maior (topos) ou menor (pontos mais baixos) condição psicológica de se lidar com os eventos indesejados. De uma situação inicial (status quo, o terreno conhecido), para a ocorrência da mudança, o comportamento mais comum é que se procure manter essa situação mesmo após a mudança acontecer, uma vez que a condição já é familiar, e assim, teoricamente "segura". Quando se percebe que o status quo mudou em definitivo, ocorre o choque e os sentimentos de medo do desconhecido, em maior ou menor grau. A curva artificialmente se eleva quando se inicia o processo de negação, um momento de resistência onde procuram-se culpados pela nova situação, e quando parece ser suficiente que se resista àquela novidade para que ela não exista. As pessoas apresentam uma falsa percepção de como lidar com aquele momento.  Este, aliás, é um comportamento que pode solidificar-se em algumas pessoas, refreando-as de aprendizados com esta ou outras mudanças na vida. Superada essa etapa, segue um processo de queda da linha, onde ocorre a conscientização de que a o status quo não é mais o mesmo que o inicial, podendo ser o momento mais desafiador da mudança, uma vez que as pessoas podem começar a questionar suas próprias capacidades de lidar com a nova situação.  E a depressão costuma morar nessas redondezas.

O momento da virada se dá quando ocorre a aceitação da mudança. As pessoas tomam responsabilidade pessoal sobre como encarar a mudança e deixam de resistir e permitem-se aprender com o fato novo. A partir de então, pela observação de exemplos e pelo aprendizado que a nova postura gera, a pessoa passa a ascender na curva, integrando novas capacidades e habilidades que a experiência da mudança lhe causou, iniciando um novo status quo.

De modo geral, as pessoas emergem desse mergulho psicológico mais flexíveis e com novos conhecimentos, uma vez que precisaram aprender a desenvolver habilidades para lidar com o novo estado das coisas. A autopercepção das competências das pessoas que chegam a esse patamar cresce, e muito, assim como sua própria força psicológica.

Conhecer a si mesmo é fundamental a fim de gerar resiliência suficiente para que o intervalo entre o primeiro e o último status quo do processo ocorra de modo mais linear, com o menor geração de stress possível. Para isso, aliar a sabedoria de quem de fato você é, quais são seus valores, suas crenças e suas capacidades com as novas situações é fundamental para que o medo que as mudanças não planejadas trazem nos paralise.

O medo mesmo pode nem ser das mudanças. Nem das consequências das mudanças. O medo pode, no fim das contas, ser mesmo uma reação ao que conhecemos de nosso mapa mental, que pode estar cheio de pontos cegos e nunca explorados. E exatamente nesses pontos podem estar nossos mais poderosos recursos para se lidar com o momento da mudança.


Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli