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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

As emoções no exercício da liderança

Existe uma lenda histórica que trata do horror que Napoleão Bonaparte sentia por gatos. Chega-se a dizer que, durante a famosa batalha de Trafalgar, em 1805, o comandante inglês Horatio Nelson lançou setenta gatos selvagens no campo de batalha terrestre, o que desestabilizou Napoleão emocionalmente  a ponto de ter que ser retirado do front de batalha. Isso fez com que o exército francês sentisse profundamente a falta da aura de seu líder máximo, vindo a sucumbir e, com isso, perder totalmente o controle do Atlântico. Esse foi o início do fim da era Napoleão.

Os líderes também sentem medo. Os líderes também têm anseios. Os líderes também precisam lidar com suas frustrações e angustias. Os líderes têm e conhecem suas vulnerabilidades. E, ainda que sejam seres assim com necessidades tão mundanas, sabem que precisam estar junto de suas equipes, times, exércitos ou qualquer nome que o grupo de pessoas a ele/ela confiado possa ter, pois sua figura invoca segurança e confiança suficientes para que todos possam descobrir o máximo de suas potencialidades.

O bom gerenciamento das emoções nas posições de liderança talvez seja o grande diferencial entre o que se conhece por líder de fato e o líder de direito. Esse é o líder imposto, que tem nada mais que o "direito" hierárquico de exercer liderança. Aquele é o líder aceito pelo grupo, de maneira natural. A liderança de fato está na presença não apenas física, mas também emocional, junto às pessoas ao redor do líder. É essa liderança que gera uma ressonância de energia que inspira, que proporciona sinergia em um time. 

O líder de fato é emocionalmente inteligente para evitar a tendência de levar situações para o lado pessoal. Ao invés de levantar barreiras defensivas ao que lhe soa como desafio à autoridade, esforça-se para ouvir e interpretar as entrelinhas de comportamentos e atitudes. Só depois de estar consciente de suas próprias emoções frente ao que está vivendo é que corrige rumos, recalcula rotas ou orienta mudanças.

O líder de fato é capaz de perceber o estado emocional de cada um dos indivíduos de sua equipe, além do estado emocional da equipe como um todo. Com isso, é capaz de consolidar laços de relacionamento e de implicação fortes o suficiente para que as tarefas sejam realizadas de modo que todos vejam propósito no que fazem. São empáticos o suficiente para se colocarem no lugar dos outros, percebendo as necessidades de apoio, inspiração ou equilíbrio.

Por fim, um líder dialoga constantemente com seu próprio ego, sabendo que seu brilho resplandece exatamente quando as pessoas ao seu redor são capazes de brilhar. Sabe que pessoas que se sentem valorizadas podem chegar mais longe,  além de saber que a imposição de autoridade é recurso não renovável: quanto mais se apoiar nela, menos a terá.

De um líder, podem depender dezenas, centenas, milhares de vidas. Que cada líder seja capaz primeiramente de ser um líder de si mesmo, olhando para si e para a gestão de suas próprias emoções de maneira constante, para que seja capaz de atingir seus objetivos, juntamente com suas equipes. 

Para que os "gatos selvagens" em campo de batalha não impliquem em desastres nas vidas das pessoas que necessitam da presença física e emocional de um verdadeiro LÍDER.


Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli



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