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sexta-feira, 23 de março de 2018

A Inteligência Emocional no Trabalho


O ambiente profissional é um dos principais contextos onde demonstrações de habilidades da Inteligência Emocional podem transparecer. Pode não bastar apenas que haja conhecimento técnico sobre o trabalho. Para o desenvolvimento de ambos, empresa e profissional, tão importante quanto a prática laboral,  é também preciso saber relacionar-se com as pessoas ao redor, e também consigo mesmo. Ninguém trabalha sozinho. No mínimo, você precisara ter um cliente.

Os questionamentos acerca da suficiência dos famosos testes de QI que ocorreram em meados nos anos 80 foram os primeiros indícios que a grande variedade das habilidades cognitivas humanas poderia estar limitando em muito o nosso conceito de inteligência. Nesse compasso, cientistas como Howard Gardner, Peter Salovey, Joseph Ledoux e Daniel Goleman, entre muitos outros, desenvolveram hipóteses sobre a inteligência humana, onde não necessariamente o conhecimento em si, mas sim a capacidade de se resolverem problemas era o foco principal. Essa capacidade de resolução de problemas, em virtude das estruturas cerebrais, dependia das memórias armazenadas daquela conjuntura do problema, as quais geravam um estado emocional, ou seja, cada situação gera uma emoção antes mesmo de nos darmos conta. Como lidar com essa situação e com as emoções envolvidas culminou com o conceito de Inteligência Emocional.

Nosso cérebro possui três níveis, por assim dizer:  neocórtex (parte consciente e reflexiva), sistema límbico (emocional) e cérebro primitivo, o qual basicamente tem as funções dos comandos “lutar ou fugir”.  A qualidade de nossa própria comunicação com nossa realidade faz com que tenhamos, proporcionalmente, a mesma qualidade de comunicação com nossas emoções, comunicação essa que pode nos limitar ou potencializar como pessoa e como profissional.

Em um ambiente de trabalho, cada pessoa traz suas necessidades, que interagem com as necessidades de todas as outras pessoas ao redor, além das necessidades da própria empresa. Nesse cenário, não é de se estranhar que conflitos interpessoais possam acontecer, uma vez que o trabalho por si só pode significar primordialmente a necessidade de sobrevivência. Assim, nada difere uma reunião de trabalho em uma sofisticada sala climatizada do 20º. andar, de um grupo de caçadores pré-históricos unidos tentando derrubar um mamute: para ambos os grupos, é a sobrevivência que está em jogo, e o “lutar ou fugir” mais primitivo pode ser acionado a qualquer momento. Leve-se em consideração necessidades mais sofisticadas, como as de autoestima ou de autorrealização profissional e o grau da Inteligência Emocional precisará também sofisticar-se, afim de se evitarem os "sequestros emocionais". 

Um ambiente de trabalho emocionalmente inteligente proporciona um cenário favorável ao pleno exercício não apenas emocional, mas também cognitivo, tornando possível o aumento da produtividade e do próprio desenvolvimento profissional. Contudo, é importante lembrar que uma empresa é formada por pessoas, pessoas essas que, ao qualificarem sua intra e intercomunicação a partir da autoconsciência de suas emoções, capacitam-se para não entrar nas estatísticas de Peter Drucker, um dos grandes mestres da Administração moderna, que atestou que "as pessoas são contratadas pelas suas habilidades técnicas, mas são demitidas pelos seus comportamentos”

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli



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