expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

domingo, 24 de junho de 2018

Desconstruindo seu Templo

Existe no Japão, na localidade de Ise, um conjunto de templos chamado Ise Jingu. Com mais de 1500 anos de existência, esse conjunto de templos poderia ser apenas mais um dentro do grande número de templos existem no Japão, não fosse por uma característica impressionante: a cada vinte anos, todos os templos são desmontados, e novos templos são construídos em seu lugar. Segundo a tradição do templo, essa prática faz com que a as instalações dos templos estejam sempre firmes e renovadas, e que as novas gerações tenham a possibilidade de aprender na prática as técnicas ímpares de construção dos templos.

No Coaching, ocorre algo parecido. Nossos comportamentos são determinados pelos nossos sentimentos que, por sua vez, são originados e nomeados a partir de nossos esquemas cognitivos, as famosas "crenças", significados que vamos dando ao mundo desde a nossa primeira infância e que vão ficando em nossa psique ao longo da vida. Assim, são em nossas próprias crenças onde estão as raízes mais profundas que sustentam nossos comportamentos e que, em grande parte das vezes, nos levam aos nossos resultados. O Coaching trabalhará com essas crenças, as quais, muitas vezes estão em nível inconsciente, não de forma a invalidá-las ou sugerir que elas estejam erradas, mas sim, com o intuito de descobrir esquemas cognitivos que até podem ter sido importantes no passado, mas que já não nos trazem mais nenhum benefício, e construir, no lugar dessas crenças, esquemas cognitivos mais alinhados com as nossas metas e objetivos baseados no agora, e com vistas as suas realizações no futuro.

No fim das contas, apesar da impactante imagem que me vem à cabeça, de pensar que em 2013 os templos de Ise Jingu passaram por sua 62a. reformulação, ainda essa desconstrução e reconstrução me parece ser menos complexa do que a desconstrução e a reconstrução de uma crença. Essa é uma reformulação que só pode acontecer pelo "lado de dentro" de um ser humano, de uma forma que os sentidos que a vida tem estejam conectados com a "realidade" daquela própria pessoa. Para isso, é necessário, de tempos é tempos, olhar para nós mesmos, perceber o que está indo bem e o que não está, ter clareza sobre onde queremos chegar e, com espírito de desapego, reformular e renovar nossos esquemas, de modo que nos tragam benefícios e a plenitude desejada. 

Imagine-se sendo um templo de Ise Jungu. Imagine-se deixando ir e desconstruindo pensamentos e padrões que já serviram, mas que não servem mais na vida e nos objetivos de hoje, e reconstruindo em seu lugar pensamentos e assunções mais alinhadas com seus sonhos mais queridos. Imagine-se reforçado e revigorado para viver os próximos 20 anos. A primeira certeza que podemos ter é que será um processo que nos causará dor, pois perder o apoio sólido de algo que podemos tocar, para ir construindo outra coisa em seu lugar parece um trabalho angustiante e desnecessário. Porém, tomar a iniciativa de desconstruir e reconstruir algo consistente e ordenado pode ser muito mais eficiente do que vir a sofrer uma devastação a qual nosso templo não estava pronto e ter que reerguê-lo do zero.

Viver milhares de dias, ou viver o mesmo dia milhares de vezes é opção de cada um. O Coaching está aí para auxiliar na renovação de seu próprio templo.

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli




sexta-feira, 8 de junho de 2018

A criança de hoje e o profissional de amanhã


“A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital. Estamos no limiar da era pós-digital."

Com essas palavras, Klaus Schwab, diretor executivo do Fórum Econômico Mundial, nos remete a uma perspectiva de futuro que já pode ser visto no horizonte: os novos sistemas citados passam por conceitos de minimização das necessidades de interação física, como, por exemplo, o já comum conceito wireless (sem fio). Um próximo passo que também já vivenciamos é o conceito do paperless (sem papel), já presente em muitas atividades. Avançamos para a prática do touchless (sem toques), onde robôs importarão e farão leitura de dados em tempo real. E não precisamos pensar em robôs humanoides. Serão robôs do tamanho do processador de um computador.

E veja-se que esses conceitos não são meras previsões: já são o amanhecer do presente.

Em um mundo onde robôs estão cada vez mais presentes nas atividades profissionais, onde a inteligência artificial consegue realizar todo e qualquer trabalho que apresente um mesmo padrão, qual será o cenário do mercado profissional para nossos filhos?

Orgulhar-se de que os pequenos são exímios usuários de nossos celulares é o bastante? 

Absurda, e absolutamente, não. 

Estima-se que, nos próximos 30 anos, parte significativa das habilidades mais desejadas no mundo profissional ainda nem são conhecidas. Nesse cenário, a criatividade humana mostra-se como o grande trunfo para o futuro. Habilidades tipicamente humanas como o autoconhecimento, gestão de emoções, resiliência, influência, flexibilidade cognitiva, poder de negociação e principalmente empatia serão os grandes desencadeadores de talentos em um mundo onde o padrão será totalmente robotizado. O grande diferencial do ser humano será exatamente ser humano. É imperioso tornar habitual às crianças de hoje momentos de aprendizagem e vivência que proporcionem o desenvolvimento de habilidades cognitivas e emocionais, de modo a fortalecer sua curiosidade natural e sua construção potencializadora de significados.

"O futuro do emprego será feito por vagas que não existem”, diz o CEO do Greenpeace David Ritter.

Dizem a nós, pais, para “pensarmos fora da caixa”. Acredito que todos nós nascemos “fora da caixa” e, aos poucos, vamos ficando cada vez mais limitados em termos de criatividade, por uma série de razões. Para nossos filhos, pensemos em formas de evitarmos que “desaprendam” o mínimo possível.

Que proporcionemos um grande repertório de conhecimentos e possibilidades aos nossos filhos. Que nossa casa seja um centro de estímulos de criatividade, desenvolvimento emocional e, principalmente, humanidade. Que não apenas nos limitemos a responder os seus “porquês”. Que os geremos cada vez mais!


Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli