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segunda-feira, 1 de março de 2021

As necessidades humanas e as skills

 



A famosa Teoria das Necessidades Humanas, desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Abraham Maslow, é melhor conhecida através do gráfico em forma de pirâmide baseado em seu trabalho onde se apresentam, da base ao topo, as necessidades humanas das mais básicas até as mais sofisticadas.

A base dessa pirâmide é composta pelas necessidades ligadas à fisiologia humana, como necessidade de sono, abrigo, água e comida. Acima dessa, a segunda camada é composta por elementos de necessidade de segurança, como segurança física, de patrimônio, de emprego e de condições de subsistência. Para o suprimento dessas duas camadas de necessidades humanas, de modo geral, a natureza prática-técnica e produtiva de um profissional na execução de seu trabalho parece ser o suficiente para que sua remuneração, mesmo que em condições mínimas, alcance esse intento. A pura natureza tecnicista profissional é conhecida como as hard skills.

Contudo, a Pirâmide das Necessidades Humanas é composta não apenas por duas, mas por cinco camadas. A terceira delas é a das necessidades ligadas aos relacionamentos sociais, tais como nutrir boas relações com a família, amigos, relacionamentos amorosos, colegas de trabalho e pessoas de nosso networking. Nesse ponto da pirâmide, nossas hard skills começam a ficar limitadas em suas potencialidades, e começamos a perceber a necessidade do desenvolvimento e aplicação de novas competências. Entram em cena as soft skills, habilidades que dão conta dos aspectos interpessoais e comportamentais de cada indivíduo de modo que possibilitem a melhor performance das hard skills, tais como comunicação eficaz, empatia, senso de colaboração, inteligência emocional, organização, flexibilidade e gestão de conflitos.

Passando para a quarta camada da pirâmide, encontramos as necessidades de autoestima, que se referem à conquista de confiança em si mesmo e pelos outros, sendo uma necessidade muito ligada ao respeito que uma pessoa sente por si, ao mesmo tempo que se sente respeitada pelas pessoas ao seu redor. Nesse ponto, as habilidades interpessoais ganham um grande peso para que essa altura da pirâmide possa ser alcançada, pois não se trata mais de apenas apresentar um currículo repleto de hard skills e realizar seu trabalho sem erros, mas sim, trata-se da forma com que você e seu trabalho interagem dinamicamente de forma positiva com o todo ao seu redor, incluindo colegas, chefes, clientes, fornecedores e sociedade.

No topo da Pirâmide estão as necessidades de autorrealização, em aspectos que tocam o senso de crescimento integral como ser humano, envolvendo autonomia, independência e senso de controle da própria vida.  Alcançar o suprimento dessa necessidade requer um esforço genuíno de autoconhecimento que vai sendo realizado no dia a dia, para alguns, mais rapidamente, para outros, mais lentamente e, infelizmente, para outros, nunca. Tudo dependerá do nível de competência e do desenvolvimento contínuo das hard e soft skills, não apenas para se realizar essa escalada, mas também para se criarem melhores oportunidades para essa escalada e permanência nesse nível.

Como se vê, se as competências técnicas são aquelas que permitem que as nossas necessidades basilares sejam supridas, são as competências comportamentais que dão suporte ao avanço em direção ao topo da Pirâmide das Necessidades baseada na teoria de Maslow. Buscar o melhor equilíbrio e aprimoramento constante de nossas hard e soft skills é fundamental para que nossas mais diversas necessidades humanas sejam supridas e permitam uma vida com maior senso de plenitude, de modo que cabe a cada um de nós conhecer nossos próprios pontos fortes e oportunidades de melhoria para conseguirmos avançar cada vez mais em direção ao topo.

Grato pela confiança, 

Marcelo Pelissioli




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