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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Enredado

Como é bom sentir a plenitude de nossa energia vital!

Seja com visões e ações que nos encham o espírito de iluminação, como admirar um nascer do sol na praia, a satisfação de um trabalho bem feito, ou ainda com situações frugais e corriqueiras, como estar em paz diante de uma xícara de café, pão e margarina, ou apenas por rir de algo bobo, mas que nos diverte. Estamos em nosso eixo. Estamos inteiros. Estamos em paz. Estamos VIVOS.

A consciência dessa energia vital e suas possibilidades proporcionam um senso de liberdade capaz de transcender os fatos do dia-a-dia. Assim, se tem a convicção que, por mais desafios que tivermos que encarar na vida, teremos força e flexibilidade suficientes para não esmorecer nunca. O desânimo e o abatimento momentâneos são não mais do que uma merecida retomada de forças para seguir. Apesar da estranheza, tudo está bem.

E consideramos que tudo está bem. Externamente.

Passam-se alguns dias. Algumas semanas. Alguns meses... certo dia, uma mensagem telepática nos surge, não se sabe de onde, gentilmente nos convidando a responder a seguinte pergunta:

"Estou retomando ou desperdiçando minha energia vital?"

Estamos sempre a um passo de sermos capturados por uma rede, tal qual um peixe, e ficarmos presos indefinidamente. Basta não olharmos para nós mesmos, para nossas coisas, nosso interior, nossos sentimentos, nosso próprio fluxo de energia vital.

Presos a sentimentos que não param de gritar em nossas cabeças, impedindo que nossa energia vital se manifeste. Ressentindo fatos que já não servem para nada. Presos a situações e hábitos as quais não mais desejamos, mas que não podemos contar para ninguém. Presos a pessoas que, pelas mais diversas razões, insistimos em manter em nossas vidas. Presos a dependências financeiras que nos tornam escravos de um valor em dinheiro que nunca se alcança. Presos a trabalhos que não estão alinhados com a expressão de nossa mais pura natureza. Presos a nós mesmos, nas limitações que temos. Ou melhor, nas limitações que nosso velho ego insiste que temos.

Então, somos como peixes presos em uma rede. Quanto mais nos debatemos em nossa autocomiseração, mais enredados e sem esperança nos tornamos. E assim, como os peixes. sem mais nenhuma energia vital, morreremos.

Ainda bem que temos escolha.

Diferente dos peixes na rede, chega o momento de responder à pergunta: "estou retomando ou desperdiçando minha energia vital"? Se o caso for a segunda opção, acredite que tudo o que está "prendendo" você em sua realidade pode ser transformado em uma liberdade igualmente real. Não se trata de largar tudo irresponsavelmente.  Trata-se de conhecer-se. Responsavelmente.

Qual o senso mais desenvolvido em você: o senso da segurança ou o senso do desafio?

Não serão as suas "redes" originadas a partir de seu senso menos desenvolvido?

Retomando forças através de uma readequação de atitudes e crenças, ou libertando-se através de uma reconfiguração sadia de mudanças e padrões mentais que respeitam seu senso mais desenvolvido enquanto fortalecem o menos desenvolvido, o importante é sentir, em seu âmago, que há muita vida pulsando, que há muito por fazer, que sua missão nessa vida está em pleno curso, e que cada segundo que se passa é uma gota preciosa de vida que encontrou o mar da memória, e que não retornará. 

Esse misterioso dom que temos chamado VIDA merece ser experimentado em sua mais profunda essência. 

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli




quarta-feira, 16 de novembro de 2016

As sombras

Um dos livros mais instigantes que cruzou meu caminho nos últimos tempos foi, sem dúvida, "O Efeito Sombra" (ed. Lua de Papel, 2010), de Deepak Chopra, Debbie Ford e Marianne WIlliamson. Nele, os autores definem a "sombra" como " tudo aquilo que não queremos ser, mas somos. É aquele sentimento escondido de todos, e aquele desvio de comportamento que uma pessoa considerada boazinha possui. É o desejo de se entregar ao vício, de explodir, de brigar. É toda a energia que tentamos não ter." Em poucas palavras: a centelha inicial em nossos processos de autossabotagem.

Essas partes obscuras de nosso ser psíquico, em grande parte das vezes, já vêm tomando forma e proporção desde nossas infâncias. De forma geral, as sombras vão ganhando terreno em nossas vidas na medida que agimos para construir uma personalidade que seja aceitável aos outros, mas que não integra todas as nossas dimensões e necessidades de modo satisfatório.

O que dizer das nossas listas de prioridades, de nossa organização, de nossos planos de negócios, da equalização de nossas finanças, ou até mesmo de nossa dieta quando, de repente, fazemos algo que põe tudo a perder: se temos que focar nas prioridades, nos distraímos com coisas sem nenhuma importância. Se precisamos nos organizar, procrastinamos até que não haja mais tempo para nada. Se temos um plano de negócios, nos refugiamos no terreno conhecido do que já temos por medo do insucesso. Se buscamos reorganizar nossas finanças, acabamos fazendo uma compra de algo que, horas, ou às vezes, minutos depois, nos causa apenas arrependimento. Quando decidimos fazer dieta e, após um dia disciplinado de alimentação, atacamos os doces da geladeira cinco minutos antes de ir dormir... as sombras são sorrateiras, e só podem ser combatidas de uma maneira: através de sua aceitação.

Se formos capazes de encarar nossas sombras, em suas mais diversas formas (pessimismo, arrogância, vitimismo, procrastinação, zona de conforto), e reconhecer que elas não são nossas inimigas, mas sim, partes feridas de nós mesmos, e que anseiam por amor e aceitação, alcançaremos a integração daquilo que o livro chama de "self", ou seja, nosso próprio eu da forma mais plena. É com essa integração que nossa luz é capaz de vencer nossas sombras.

Tenho uma imagem mental de que aquilo que chamamos de "zona de conforto" seja um lugar bem sombrio. E sair dessa sombra, em busca de nossa luz, pode ser um exercício desafiador, até mesmo doloroso. E quantos de nós estão aparentemente bastante seguros em suas sombras? Não estariam, na verdade, apenas temendo sua própria luz?

Olhar para essas zonas sombrias de nossa alma tem sido a parte mais impressionante que os processos de Coaching tem me proporcionado. Integrar as sombras e acender as luzes do nosso interior para sermos seres plenos em nossa essência. Cuidando com carinho tudo o que trazemos em nossos corações, renovando esperanças e atitudes com foco em tudo que podemos ser, e aonde queremos chegar.

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli







quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Minha experiência nos Alcoólicos Anônimos


Parte de minha formação como coach ocorreu visitando sessões dos Alcoólicos Anônimos. Não que eu tenha a doença do alcoolismo. Apenas resolvi entender os sinais que a vida (Deus, Universo, Inteligência Superior, como queira...) estava me enviando. Simplesmente me senti inspirado a visitar as sessões. E a inspiração pode muito bem ser uma mensagem telepática vinda de um futuro almejado.

A história do serviço dos Alcoólicos Anônimos remonta aos Estados Unidos de 1935, quando dois alcoólatras, Bill W. e Dr. Bob se conhecem e, decididos a deixarem o álcool, encontraram, um no outro, um amparo que transcendia os tratamentos da época. Ampliando o escopo do tratamento contra o álcool com elementos espirituais e que prezavam pela responsabilidade pessoal, conseguiram se manter sóbrios e, em pouco tempo, iniciaram o novo modelo de tratamento com outras pessoas que tinham a doença do alcoolismo. Com o passar do tempo, o tratamento foi se refinando, estabelecendo-se passos e tradições, as quais são seguidas invariavelmente da mesma forma em mais de 150 países, atualmente.

Para o A.A., o alcoolismo é uma doença que não tem cura. A própria Organização Mundial da Saúde, desde 1967, considera o alcoolismo uma doença.

Durante minha formação de coach, em minhas leituras, estudos e vivências, um determinado padrão de postura perante a vida começou a se tornar repetitivo. Algo como "tenha coragem de fazer o que depende de você, e saiba aceitar o que não depende de você". Pelo menos, uma vez por dia, esse padrão aparecia. Em um livro, em alguém com quem eu conversava, em algum fato... até que surgiu, já não lembro como, em minha frente, a Oração da Serenidade:


Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária 
para aceitar as coisas que não podemos modificar, 
Coragem para modificar aquelas que podemos, 
e Sabedoria para distinguir umas das outras.


Sinteticamente, esse era o padrão da mensagem telepática que o Universo estava me mandando. E descobri que é com essa era a oração que o A.A. inicia todas as suas sessões.

A partir daí, deu-se o insight: como os Alcoólicos Anônimos promovem a mudança de comportamento naqueles que desejam combater essa doença incurável do alcoolismo em suas bases físicas e espirituais? Como é a dinâmica dos encontros para essa promoção?  De que forma resgatam o ser humano em sua integridade?

"Promover a mudança de comportamento naqueles que desejam"... "ser humano em sua integridade".... "coragem para modificar as coisas que podemos"... Ora, essas são dimensões que o Coaching também trabalha! 

De repente, me vi numa quarta-feira à noite, em meio a pessoas com histórias de vida dramáticas, e que estavam ali em um processo de afirmação de seu propósito de se manterem sóbrios. Estavam se enxergando um nos olhos dos outros, compartilhando de uma mesma situação, e se amparando mutuamente. Tinham o desejo ardente de mudar, e, para isso, contavam com a noção de que uma força superior a eles (que pode ser entendido como Deus, mas não necessariamente) os apoiaria. Tinham um objetivo, e estavam alcançando. Não de uma vez. Mas a cada 24 horas. 

Visitei duas sessões do A.A., onde fui extremamente bem recebido. Todo o processo foi explicado a mim de modo claro e abrangente. Interagi bastante com os participantes. O trabalho é muito sério. Aprendi muito, e sou muito grato por isso. Tenho certeza que sou um coach melhor em relação a mim mesmo por ter tido a oportunidade dessa experiência. 

Vencido o preconceito, vencida a estranheza, vencida a acomodação, tive aprendizados e reflexões sublimes sobre minhas práticas de Coaching, e também, sobre uma das organizações mais admiráveis do mundo, que são os Alcoólicos Anônimos. 

Aceitei a mensagem telepática do Universo.

E você, tem recebido mensagens assim ultimamente?


Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli