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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Minha experiência nos Alcoólicos Anônimos


Parte de minha formação como coach ocorreu visitando sessões dos Alcoólicos Anônimos. Não que eu tenha a doença do alcoolismo. Apenas resolvi entender os sinais que a vida (Deus, Universo, Inteligência Superior, como queira...) estava me enviando. Simplesmente me senti inspirado a visitar as sessões. E a inspiração pode muito bem ser uma mensagem telepática vinda de um futuro almejado.

A história do serviço dos Alcoólicos Anônimos remonta aos Estados Unidos de 1935, quando dois alcoólatras, Bill W. e Dr. Bob se conhecem e, decididos a deixarem o álcool, encontraram, um no outro, um amparo que transcendia os tratamentos da época. Ampliando o escopo do tratamento contra o álcool com elementos espirituais e que prezavam pela responsabilidade pessoal, conseguiram se manter sóbrios e, em pouco tempo, iniciaram o novo modelo de tratamento com outras pessoas que tinham a doença do alcoolismo. Com o passar do tempo, o tratamento foi se refinando, estabelecendo-se passos e tradições, as quais são seguidas invariavelmente da mesma forma em mais de 150 países, atualmente.

Para o A.A., o alcoolismo é uma doença que não tem cura. A própria Organização Mundial da Saúde, desde 1967, considera o alcoolismo uma doença.

Durante minha formação de coach, em minhas leituras, estudos e vivências, um determinado padrão de postura perante a vida começou a se tornar repetitivo. Algo como "tenha coragem de fazer o que depende de você, e saiba aceitar o que não depende de você". Pelo menos, uma vez por dia, esse padrão aparecia. Em um livro, em alguém com quem eu conversava, em algum fato... até que surgiu, já não lembro como, em minha frente, a Oração da Serenidade:


Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária 
para aceitar as coisas que não podemos modificar, 
Coragem para modificar aquelas que podemos, 
e Sabedoria para distinguir umas das outras.


Sinteticamente, esse era o padrão da mensagem telepática que o Universo estava me mandando. E descobri que é com essa era a oração que o A.A. inicia todas as suas sessões.

A partir daí, deu-se o insight: como os Alcoólicos Anônimos promovem a mudança de comportamento naqueles que desejam combater essa doença incurável do alcoolismo em suas bases físicas e espirituais? Como é a dinâmica dos encontros para essa promoção?  De que forma resgatam o ser humano em sua integridade?

"Promover a mudança de comportamento naqueles que desejam"... "ser humano em sua integridade".... "coragem para modificar as coisas que podemos"... Ora, essas são dimensões que o Coaching também trabalha! 

De repente, me vi numa quarta-feira à noite, em meio a pessoas com histórias de vida dramáticas, e que estavam ali em um processo de afirmação de seu propósito de se manterem sóbrios. Estavam se enxergando um nos olhos dos outros, compartilhando de uma mesma situação, e se amparando mutuamente. Tinham o desejo ardente de mudar, e, para isso, contavam com a noção de que uma força superior a eles (que pode ser entendido como Deus, mas não necessariamente) os apoiaria. Tinham um objetivo, e estavam alcançando. Não de uma vez. Mas a cada 24 horas. 

Visitei duas sessões do A.A., onde fui extremamente bem recebido. Todo o processo foi explicado a mim de modo claro e abrangente. Interagi bastante com os participantes. O trabalho é muito sério. Aprendi muito, e sou muito grato por isso. Tenho certeza que sou um coach melhor em relação a mim mesmo por ter tido a oportunidade dessa experiência. 

Vencido o preconceito, vencida a estranheza, vencida a acomodação, tive aprendizados e reflexões sublimes sobre minhas práticas de Coaching, e também, sobre uma das organizações mais admiráveis do mundo, que são os Alcoólicos Anônimos. 

Aceitei a mensagem telepática do Universo.

E você, tem recebido mensagens assim ultimamente?


Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli

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