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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

As sombras

Um dos livros mais instigantes que cruzou meu caminho nos últimos tempos foi, sem dúvida, "O Efeito Sombra" (ed. Lua de Papel, 2010), de Deepak Chopra, Debbie Ford e Marianne WIlliamson. Nele, os autores definem a "sombra" como " tudo aquilo que não queremos ser, mas somos. É aquele sentimento escondido de todos, e aquele desvio de comportamento que uma pessoa considerada boazinha possui. É o desejo de se entregar ao vício, de explodir, de brigar. É toda a energia que tentamos não ter." Em poucas palavras: a centelha inicial em nossos processos de autossabotagem.

Essas partes obscuras de nosso ser psíquico, em grande parte das vezes, já vêm tomando forma e proporção desde nossas infâncias. De forma geral, as sombras vão ganhando terreno em nossas vidas na medida que agimos para construir uma personalidade que seja aceitável aos outros, mas que não integra todas as nossas dimensões e necessidades de modo satisfatório.

O que dizer das nossas listas de prioridades, de nossa organização, de nossos planos de negócios, da equalização de nossas finanças, ou até mesmo de nossa dieta quando, de repente, fazemos algo que põe tudo a perder: se temos que focar nas prioridades, nos distraímos com coisas sem nenhuma importância. Se precisamos nos organizar, procrastinamos até que não haja mais tempo para nada. Se temos um plano de negócios, nos refugiamos no terreno conhecido do que já temos por medo do insucesso. Se buscamos reorganizar nossas finanças, acabamos fazendo uma compra de algo que, horas, ou às vezes, minutos depois, nos causa apenas arrependimento. Quando decidimos fazer dieta e, após um dia disciplinado de alimentação, atacamos os doces da geladeira cinco minutos antes de ir dormir... as sombras são sorrateiras, e só podem ser combatidas de uma maneira: através de sua aceitação.

Se formos capazes de encarar nossas sombras, em suas mais diversas formas (pessimismo, arrogância, vitimismo, procrastinação, zona de conforto), e reconhecer que elas não são nossas inimigas, mas sim, partes feridas de nós mesmos, e que anseiam por amor e aceitação, alcançaremos a integração daquilo que o livro chama de "self", ou seja, nosso próprio eu da forma mais plena. É com essa integração que nossa luz é capaz de vencer nossas sombras.

Tenho uma imagem mental de que aquilo que chamamos de "zona de conforto" seja um lugar bem sombrio. E sair dessa sombra, em busca de nossa luz, pode ser um exercício desafiador, até mesmo doloroso. E quantos de nós estão aparentemente bastante seguros em suas sombras? Não estariam, na verdade, apenas temendo sua própria luz?

Olhar para essas zonas sombrias de nossa alma tem sido a parte mais impressionante que os processos de Coaching tem me proporcionado. Integrar as sombras e acender as luzes do nosso interior para sermos seres plenos em nossa essência. Cuidando com carinho tudo o que trazemos em nossos corações, renovando esperanças e atitudes com foco em tudo que podemos ser, e aonde queremos chegar.

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli







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