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sexta-feira, 5 de maio de 2017

Pessoas em nossas vidas


Outro dia, me foi pedido para escrever um cartão de aniversário para uma pessoa com quem convivo há 20 anos, para uma festa surpresa. E só então me dei conta que já fazia 20 anos.

A relação que temos é profissional. Nesse tempo, além da convivência profissional, também compartilhamos momentos festivos, como comemorações corporativas, bons resultados e sucessos mútuos em nossas vidas. Também, nesse tempo, inevitavelmente compartilhamos tristezas, pontos de discórdia, e distanciamento. Os altos e baixos de uma convivência.

E, assim, se foram 20 anos. 

Quando peguei o cartão para escrever palavas protocolares e de praxe, que expressassem simpatia pelo aniversário de alguém, por alguma razão, me detive. Um questionamento se impôs quase que em voz alta em minha cabeça:

"Qual a importância dessa pessoa em sua vida?"

Então, iniciou-se uma grande reflexão. "Como teria sido minha vida sem essa pessoa? O que de bom ela fez por mim, que eu não teria usufruído? O que eu teria deixado de aprender? O que contribuiu para mim, como ser humano, em todas as minhas dimensões, as nossas semelhanças e as nossas diferenças?"

"Será que venho dando o devido valor às pessoas que me rodeiam no dia-a-dia, e que trato como se fossem quase imperceptíveis em minha existência? Não terá o meu ritmo acelerado me ofuscado a visão para uma gama de seres humanos que estão lá, mesmo que como coadjuvantes participando do livro da minha vida? Mesmo que algumas pessoas fiquem pouco tempo em nossas vidas, não terão deixado algo para nós?"

"Estarei eu, baseado nesse quase desdém a essas pessoas com quem compartilho meus dias, estendido esse sentimento a pessoas ainda mais próximas e caras a mim? "

"Escrever "feliz aniversário" é o suficiente?"

Podia ser. Mas, naquele momento, eu preferi respirar, e responder a todas essas perguntas. E dar um tempo para que minha alma pudesse alcançar meu corpo, e conectar-me por inteiro.

Aí sim, o que era para ser um cartão, virou uma carta, escrita frente e verso. Sem melodramas e sem falsidades piegas. Apenas uma carta que expressava minha sincera gratidão por aquela pessoa fazer parte da minha vida. Porque, de verdade eu era grato por isso. Mas nunca tinha expressado isso. Nem me dado conta.

Espero que minhas palavras tenham feito bem a ela. Pois tenho certeza que a reflexão que ela me proporcionou fez muito melhor para mim.


Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli
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