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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Vivemos de poesia

Em seu sentido literal, poesia é um trabalho de composição harmônica de versos e palavras em busca de geração de emoções, sentimentos e sensações.

E o que é nossa vida, no final das contas, senão uma busca existencial incessante por harmonia também de emoções, sentimentos e sensações?

Vindo do mesmo grupo etimológico, os antigos gregos tinham a palavra poiesis, conceito que significava “aquilo que se cria”, “a obra construída”. Essa concepção era aprofundada em diversas dimensões da vida, fosse a “construção de uma família”, o fazer algo bem feito, ou ainda, relacionado a uma profissão ou ocupação. Assim, trabalhar e viver sua poiesis adquiria um sentido mais intenso do que simplesmente ganhar dinheiro e sobreviver aos dias: vivia-se pela “sua obra”, por sua história e seu legado. E essa “obra” era como se fosse uma verdadeira “obra” de arte: havia de despertar emoções, como se todos fossem verdadeiros artistas no exercício de suas vidas.

Esse anseio poético pelo seu ofício nunca deixou de existir. Porém, o quanto da qualidade dessa poesia vem sendo negligenciada em nossos dias?

Como é vertiginosa a rotina profissional de apenas trabalhar sem uma perspectiva emocional de plenitude, sem ver propósito no que se faz, sem conseguir transformar seu trabalho em uma “obra” digna para si mesmo. Seja qual for nossa ocupação profissional, façamos dela algo que seja como a poesia: harmônica para nós mesmos e para o bem comum, que todos possam usufruir de bons sentimentos a partir de nossas obras.

Que possamos resgatar a poiesis grega em nosso dia-a-dia, nas atitudes que tivermos com relação a nós mesmos e com os outros, seja na vida profissional ou pessoal. Que esse resgate signifique a completude emocional em relação à “obra” de nossas vidas. 


Nesse sentido, talvez nossa vida venha sendo uma poesia triste. Talvez feliz. De qualquer forma, a verdade é que vivemos de nossas histórias. Vivemos de poesia.  E como essa poesia entrará no livro dos dias da eternidade dependerá do conjunto das obras de cada um de nós.


Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli


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