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terça-feira, 24 de novembro de 2020

Aprendizagem e conexão

 

Ao que tudo indica, diversas habilidades que serão necessárias para vivermos ativamente o futuro próximo serão aplicadas em profissões que ainda nem sequer existem. A inteligência artificial e os avanços na tecnologia já estão realizando tarefas as quais estão demandando cada vez menos pessoas em suas execuções. Por outro lado, a maior expectativa de vida pelo mundo tem feito com que a permanência no mercado de trabalho precise perdurar por mais tempo.

Se o mundo se encaminha para uma realidade onde o diferencial competitivo vai extrapolar a intelectualidade, residindo exatamente naquilo que as máquinas ainda não conseguem emular de nós, humanos, como inteligência emocional, empatia e resiliência, emerge uma tendência a ser adotada desde já por todos que queiram ser parte atuante desse futuro que, na verdade, já começou: a adoção do lifelong learning, ou seja, aprendizado contínuo ao longo da vida.

Se voltássemos 100 anos no tempo, veríamos pessoas dando conselhos para crianças e jovens quanto a seus futuros profissionais que poderiam durar por décadas. Hoje, o quê podemos aconselhar a uma criança, se nem ao mesmo sabemos quais profissões sucumbirão com o tempo?

O melhor conselho e a melhor competência que podemos desenvolver é exatamente a habilidade de aprender. E não só aprender, mas também desaprender e reaprender. Para que isso ocorra, invariavelmente, é necessário um processo de conexão, de duas formas.

A primeira forma para desenvolvermos a habilidade de aprender é conectarmos os novos aprendizados com os aprendizados que já temos. Não há aprendizado de fato sem que esse seja inteligível. Assim, todo aprendizado se inicia mesmo antes de sua busca, com aquilo que já temos de bagagem, de modo que, a nós, cabe o exercício de fazer sentido.

A segunda forma é a conexão do que estamos aprendendo ou vivenciando com nossas próprias crenças, uma vez que a relação de ideias a priori e a posteriori sofistica a capacidade de percepção da realidade de cada um. Assim, muitos novos aprendizados só serão possíveis através do entendimento e do aprimoramento das formas que temos de ver o mundo.

Por tudo isso, conexão é a palavra, mantendo-nos presentes para o que está acontecendo de modo ativo. A aprendizagem de fato só ocorre quando extraímos sentido da informação e experiência, servindo-nos para gerar mudanças que nos tornarão mais instrumentalizados para viver o agora, mudanças essas que gerarão novos conhecimentos, habilidades, experiências e comportamentos.

Observar o mundo com a mente mais aberta, tornando-se uma pessoa “ensinável” aos olhos da vida, não fará de ninguém uma pessoa “fraca”. Ao contrário: procurar fazer hoje uma leitura de cenário melhor do que fizemos ontem é sinal de que, hoje, estamos mais inteligentes do que ontem. Como disse o escritor português Alexandre Herculano: “Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar de opinião porque não me envergonho de raciocinar e aprender”.

Grato pela confiança,

Marcelo Pelissioli



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