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segunda-feira, 12 de julho de 2021

Hard e soft skills

Frases famosas no campo da administração como “as pessoas são contratadas pelas suas competências técnicas, mas são demitidas por seus comportamentos”, atribuída a Peter Drucker, ou “contrate caráter, treine habilidades” do então CEO da Porsche, Peter Schutz, nos abrem os olhos para a relevância tanto do aprofundamento no conhecimento técnico profissional quanto para o constante desenvolvimento das habilidades interpessoais.

“Hard skills” e “soft skills” entraram no linguajar corporativo para evidenciar a diferença entre as competências práticas e as comportamentais. Enquanto as hard skills se referem a tudo aquilo que se sabe tecnicamente exercer, como conhecimento do uso de ferramentas, linguagens e processos, além de toda a formação acadêmica, as soft skills dão conta dos aspectos interpessoais e subjetivos de cada indivíduo de modo que possibilitem a melhor performance das hard skills, o que inclui habilidades como eficiência comunicativa, empatia, organização e otimização de espaço e tempo, flexibilidade, resiliência, relacionamento interpessoal, liderança, ética e inteligência emocional.

Por muito tempo, valorizou-se muito mais a natureza técnica dos profissionais sem se considerar adequadamente suas relações com o trabalho como um todo, incluindo colegas, chefes e clientes.  As hard skills que constavam no currículo já bastavam para as instituições decidirem pela contratação, sob o alto risco de prematuros rompimentos de contratos em virtude de deficiências comportamentais que foram negligenciadas tanto pela empresa quanto pelo próprio profissional, ocasionando ainda mais prejuízos a ambos. 

Pode se dizer que o processo que tem trazido destaque às soft skills é histórico. Uma vez que o entendimento humano de vida em sociedade vai mudando com o tempo, e comportamentos mais humanistas estão cada vez mais na ordem do dia, determinadas posturas, outrora despercebidas no mundo profissional, passaram a ser determinantes para a conquista ou a perda definitiva de um cliente, em que se pese a competividade cada vez maior nos diferentes mercados. Dessa forma, já não basta um "braço" que realize o trabalho: ele depende, também, de um "cérebro" apto para entender seu contexto, e de um "coração" para se relacionar e administrar o comportamento de outras pessoas e de situações de pressão.

Atualizar-se e aprofundar-se nas minúcias técnicas do trabalho é base para o desenvolvimento de carreira e manutenção de empregos. Todavia, aspectos interpessoais vêm ganhando igual importância nos cenários profissionais, lembrando-nos que, em toda e qualquer atividade, estaremos trabalhando com pessoas, para pessoas, em toda a sua integridade.

 

Grato pela confiança,

Marcelo Pelissioli

 




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