Frequentemente ocorre que os quadrantes dos “ganhos” dos
objetivos são rapidamente identificados: uma constatação que beira o óbvio, uma
vez que, se desejamos algo, já devemos ter um vislumbre dos benefícios que
teremos. A parte desafiadora mesmo é identificar as perdas, e são elas mesmas as
mais importantes para o aprofundamento da reflexão. Isso por um motivo bem sutil:
de alguma forma, buscamos segurança ao estarmos temerosamente pactuados com elas para que
absolutamente não ocorram, pois, de outra forma, já teríamos avançado em nossos
objetivos há muito tempo, mesmo que de modo imprudente.
Essa característica da perda pode ter um cunho inconscientemente matemático. Se tivermos 100 reais, e perdermos 10% desse valor, não bastará ganhar outros 10% para voltarmos aos 100, mas sim, 11,1%. Se perdermos 30% desses 100 reais, precisaremos de 43% de recuperação para apenas voltarmos ao valor original!
Pesquisas de gestão de Recursos Humanos demonstram que, em média, são necessários 5 elogios para que uma única crítica não predomine sobre toda a atmosfera de um diálogo. Da mesma forma, um recurso bastante utilizado nas devolutivas e avaliações corporativas é o feedback-sanduíche, técnica que consiste em deixar como “recheio” um conteúdo não tão ligeiramente digerível, antecedido e precedido por reconhecimentos e palavras inspiracionais à outra pessoa.
Apesar da subjetividade da questão, podemos fazer esse
pequeno teste: qual a situação lhe geraria uma emoção mais forte: encontrar 100
reais na rua, ou perder 100 reais que você já tinha?
Cada um de nós é (ou deveria ser) o maior conhecedor de sua
própria vida, virtudes e limitações. Concluir se estamos vivendo para sermos
vencedores, ou, no máximo, para não sermos perdedores, pode despertar reflexões
capazes de melhor nos instrumentalizarem na jornada.
Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli
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