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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Derrubando a quarta parede

Existe um termo do teatro que se chama "quarta parede". É como se houvesse uma imaginária  parede transparente em frente ao palco. Ampliado para cinema, televisão e literatura, esse termo indica que toda a ação apresentada se dá, simbolicamente, em um ambiente todo fechado dentro de sua própria representação, onde os atores e personagens não podem ver ou interagir com o público, mas que a plateia, sejam expectadores ou leitores, pode presenciar o desenrolar da obra.


Muito comum é a comparação da vida com uma história que vai se escrevendo todos os dias. Com isso, quantas questões podem surgir: qual tem sido o enredo e o gênero dessa história? Qual é o nosso lugar na história de nossa própria vida: protagonista ou coadjuvante? Quem são os personagens que nos cercam? Quantas reviravoltas podem acontecer? Qual é a situação atual? Qual é o desfecho esperado? 

Acontece que mesmo sendo a vida uma história, ela não é uma representação fictícia. Ela é real As páginas escritas todos os dias são registradas para sempre. Os personagens sofrem e desfrutam consequências reais por suas ações todo o tempo. O ritmo dessa narrativa vai, em grande parte das vezes, já deixando pistas de qual será o seu desenlace.

A vida "real" está do outro lado da proteção da quarta parede.

Ainda bem que existe um recurso o qual é também um conceito teatral, em que os personagens interagem com a plateia, falam com a câmera ou dirigem-se ao leitor: "derrubar a quarta parede".  O efeito esperado é tornar menos fictícia a representação da história, de modo que a plateia participe de forma mas ativa e rompa a atmosfera de fantasia a qual estava antes confortável e passivamente inserida. Que sinta-se do lado de dentro da história.

Chega um momento em nossas vidas que precisamos descobrir o que é ficção e o que é realidade. Sobre qual é a história que estamos contando para nós mesmos apenas para manter nosso ego sob controle, e qual é a história que sabemos que nascemos para vivenciar.

Onde estamos na narrativa de nossa vida? Atrás da quarta parede? Na plateia? Sendo coadjuvantes de sonhos alheios? Ou ativamente, interagindo com a vida, sendo personagem principal de uma linda e profunda história, que deixa boas lições a quem por ela se interessar?

Nossa vida está em cartaz, aproveite-a da forma mais real possível!

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli





3 comentários:

  1. Texto interessante!! Estamis partindo para novos tempos: pessoas autênticas e vidas reais. Gratidão!

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    1. Quantas vidas foram vividas sem que houvesse a noção de uma "quarta parede", de que a vida vivida era, na verdade, uma grande ficção inventada por outras pessoas? Quantos sonhos ficaram apenas no campo das ideias, e não pisaram o terreno da realidade? Se de todas as vezes que julgamos algo impossível, pelo menos uma estivéssemos errados, quais benefícios poderíamos ter alcançado?

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