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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Homeostase do corpo e da alma

Teria sido uma aula de biologia perdida nos porões da memória, não fosse pelo termo que a professora utilizou, e do qual nunca me esqueci: homeostase. Naquela tarde de algum ano de alguma década passada, aprendi que homeostase relacionava-se ao perfeito equilíbrio de um organismo vivo, a qual, através de regulações internas dinâmicas e funcionais, mantinham o corpo de um ser vivo estável a ponto de a vida poder ser mantida. São conhecidas diversas situações que podem colocar a homeostase em risco e, consequentemente, a vida, como alterações de temperatura, níveis de pH, concentração desregulada de nutrientes como a glicose, falta de absorção de oxigênio, entre outros. 

Somos a geração que tem obtido os melhores resultados em termos de longevidade. Para se ter uma ideia, nos últimos 15 anos, a expectativa de vida no mundo aumentou em 5 anos. Graças a muitos avanços na área da Medicina, aliado a cada vez mais acesso à informação, conseguimos manter nossa homeostase por mais tempo. Porém, qual tem sido a qualidade desses nossos anos a mais em nossa jornada nesse planeta?

A Organização Mundial da Saúde estima que mais de 700 milhões de pessoas ao redor do mundo sofram de transtornos de ordem mental, como depressão, ansiedade,  síndromes de pânico e diversos tipos de psicose. Além disso, é considerável o aumento de diagnósticos de doenças psicossomáticas, aquelas que são originadas das emoções mal administradas e que têm efeitos sobre o corpo físico, como doenças de pele, desordens intestinais, estomacais, alterações na pressão sanguínea e tensões musculares e nervosas pelo corpo. Assim, apesar de vivermos mais, corremos mais risco atualmente de não conseguirmos aproveitar nossas vidas com mais qualidade, principalmente quando o stress está instalado em nosso corpo.

Stress, em Inglês, não significa nada mais do que "pressão, força exercida sobre, ênfase". Existem diversos momentos de nosso dia em que é necessário fazer uma força a mais, chegar um pouco além, estarmos preocupados com algo, "esticar a corda". O problema real começa quando essa força física e mental extra nunca deixa de ser exercida, pois demanda do corpo uma produção exagerada de hormônios como cortisol, adrenalina e noradrenalina.  A produção exagerada desses hormônios têm resultados visíveis na homeostase, como aumento da frequência cardíaca, aumento dos níveis de açúcar no sangue, estreitamento dos vasos sanguíneos, tensões musculares, entre outros, incluindo diabetes. 

Precisamos diminuir nossos níveis desses hormônios no corpo. Se esses níveis não diminuírem, eles, em breve, cobrarão seu preço. Precisamos refletir sobre a manutenção de nossas vidas não apenas em nível corporal, mas também espiritual, uma vez que os métodos indicados pela medicina tradicional receitam exatamente o relaxamento: procurar dormir bem, exercitar-se, reconhecer pensamentos estressantes e aprender a lidar com eles, divertir-se mais, consumir alimentos mais saudáveis com mais frequência, conectar-se com outras pessoas e/ou com o divino e, acima de tudo, respirar. Sim, respirar. Seja com meditação, com yoga, ou apenas com um simples exercício de respiração atento, de forma lenta, profunda e ritmada. Práticas que tornam possível uma verdadeira homeostase da alma. E que vão refletir na homeostase do corpo.

Esse texto foi escrito por diversas mãos. Além das minhas, pelos meus mestres que me ensinaram o Coaching, e me proporcionaram ampliar minha consciência. Por minha médica, a qual exigiu de mim praticar técnicas de respiração mais seguidamente para minha que minha homeostase se reequilibrasse, depois do meu último check-up. E por uma professora de biologia que nem lembro o nome, mas cujo ensinamentos atravessaram os anos e desembocaram nessa reflexão.

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli




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