Já faz tempo que falamos em um
mundo novo. Falamos em mundo globalizado, mundo volátil, incerto, complexo e
ambíguo (VUCA), mundo conectado. De certa forma, todas essas novidades foram acontecendo
e sendo assimiladas, algumas mais rápido, outras nem tanto. Outras, nem chegamos
a entender bem ainda. Mesmo assim, vamos construindo nossas realidades baseados
em nossas visões daquilo que vamos vivenciando e nos dando uma sensação de
estarmos protegidos. Mas o mundo, quando menos esperávamos, mudou tudo, e de
forma muito abrupta.
Esse novo mundo que estamos
experienciando agora, ou o “novo novo momento”, como alguns têm chamado, nos
demandará olhar com atenção às medidas de segurança necessárias à vida. Não
será apenas a exposição física e os protocolos já conhecidos. Serão também
novos tempos de buscar medidas de segurança na interação social, novos tempos no
campo da economia, novas relações trabalhistas, novas relações de consumo, novas
formas de aprender e de cuidar da saúde, seja física ou mental.
Através da Psicologia, o Coaching
nos traz uma adaptação do conceito de individuação, uma fase do processo de
desenvolvimento pessoal no qual deixamos de atuar apenas impelidos por medos, mas
também por coragem para alcançar crescimento e realização Essa
fase só pode ser alcançada após necessidades e valores relacionados à
sobrevivência (típica da psique infantil, e que se mantém forte em muitos
adultos), conformidade (adequação ao ambiente em que se vive) e autoestima
serem satisfeitas. Só somos capazes de atingir a individuação ao superarmos
crenças e esquemas cognitivos limitantes, muitos oriundos da infância e do
próprio meio cultural que vivemos agora e no passado. De nenhum modo é uma
tarefa simples. Vamos lidar com o que temos de mais arraigado às nossas
verdades, mesmo que de modo inconsciente e automático. Automatismo, esse, que
pode estar agindo contra quem de fato realmente somos. Ainda que nos mantendo
vivos, incapazes de almejar mais da vida.
Assim, uma das novas medidas de
segurança para esse “novo novo mundo” será olharmos para nós mesmos e focarmos
em nossa individuação, entendendo até que ponto nossos esquemas cognitivos nos
protegerão efetivamente das incertezas dos novos tempos, e até que ponto seguiremos
manipulados (em todos os sentidos da palavra) por crenças antigas e que nos
trouxeram até aqui pela vida, seja ela como esteja. Preparar-se para enfrentar
nossa tendência natural de querer que as coisas voltem a ser do jeito que
estamos acostumados, pois esse costume nos poupa energia. Reconhecer nossas
limitações e capacidades dentro do cenário que nos é imposto e conseguir os
melhores resultados possíveis para nossa vida com esse conhecimento.
Vivemos todos dentro de nossas
próprias visões de mundo. Se o mundo muda, nossa visão também precisa se adaptar.
Assim como nossas atitudes.
Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli
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