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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O salto



Qual é a altura que desejamos chegar? Qual nosso potencial e preparo para superar os obstáculos? Qual é o poder de nosso foco naquilo que temos como objetivos? O quanto acreditamos em nós mesmos?

São com questões assim que inicio esse artigo, inspirando-me em um dos capítulos mais impressionantes dos Jogos Olímpicos de 2016. A final da competição masculina de salto com vara.

Na noite de 15 de agosto de 2016, chegam à final da competição de saltos sete competidores. A cada aumento da altura do obstáculo, aqueles que não a alcançam vão sendo eliminados. E assim foi: 5,50 m, 5,65 m, 5,75 m... quando a marca chegou em 5,85 m, restavam apenas três competidores. O americano Sam Kendricks ficou nessa marca. E conquistou a medalha de bronze.

Restaram dois: o brasileiro Thiago Braz, uma jovem promessa do atletismo, e o francês Renaud Lavillenie, atual recordista mundial, com 6,16 m. A próxima meta a ser batida era a altura de 5,93m. E ambos tiveram êxito em seus saltos. 

O francês mostrava a confiança de quem ainda tinha muito para dar. O brasileiro, apesar de impassível perante os saltos do francês, sabia que estava chegando em seu limite. 5,93 m era exatamente a melhor marca de sua carreira.

Próxima altura: 5,98 m. Lavillenie ousa, e solicita a colocação da barra em altura acima do recorde olímpico. Concentra-se. Faz o movimento de erguer a vara. Corre. Salta. Ultrapassa a barra. E, ainda no ar, em queda livre contra o colchão inflável, comemora a quebra do recorde olímpico, e da consequente medalha de ouro.

O público vibra. Não é à toa que ele é o campeão do mundo. Nesse momento, não há ninguém no mundo melhor que Renaud Lavillenie.

E agora, Thiago? É a sua vez! Vai ter que superar o melhor do mundo, e 5,98 m de altura.

*  *  *

Peço para que o leitor faça uma pequena pausa na leitura desse artigo, agora, e procure colocar-se no lugar de Thiago Braz. Um jovem de 22 anos. Infância conturbada. Tentativa frustrada de vida esportiva no basquete. Lesão que precisou de intervenção cirúrgica dois anos antes, exatamente quando começava a despontar para o esporte. A pressão da competição em seu próprio país. A necessidade de alcançar uma altura que nunca havia saltado, e que, ainda por cima, havia se tornado o novíssimo recorde olímpico. A competição contra o recordista mundial.

Caro leitor: imagine que é você quem vai saltar. Visualize-se. Sinta-se.  Focando no sucesso desse salto que nunca fizeste, procure manter um padrão mental que não leve em consideração nenhum fator que pudesse te sabotar ou desestimular. Que foque única e exclusivamente nesse exato momento. Que não há nada ao seu redor. Consegue seguir focado 100% no sucesso?


                                                                                *  *  *

Thiago solicita a altura a 6,03 m. Ele nunca havia passado dos 6 metros de altura, nem mesmo nos treinos.

Posiciona-se. Concentra-se. Em um movimento seguro, ergue do chão a vara com a clássica pegada pronada. Olhar fixo. Inicia a corrida. Velocidade. Vara no chão. Impulso. Segundos de silêncio no estádio. Cada músculo do corpo solicitado. Volta pela barra feita. Passou o peito. Barra imóvel. Queda livre!!!  Thiago conseguiu!!!

Thiago superou seu limite. Fez o que nunca tinha feito. Chegou a uma altura nunca alcançada. Não só ultrapassou, e muito, sua melhor marca, como quebrou o talvez mais efêmero recorde olímpico, conquistado alguns minutos antes pelo francês. 

Renaud Lavillenie parecia incrédulo. Aquilo podia estar mesmo acontecendo? Tentou mais dois saltos, e não conseguiu igualar Thiago. Seu olhar acusava um duro golpe, um olhar de quem havia perdido a confiança. Seu foco ficou difuso. Reclamou do barulho da torcida nas arquibancadas. Seu treinador chegou a reclamar do sobrenatural e de forças místicas.

Thiago Braz conquistou sua medalha de ouro, é isso que ficará na história dos Jogos Olímpicos. O que este artigo singelamente procura pontuar é o que está por trás dessa conquista. 

Thiago foi treinado pelo ucraniano Vitaly Petrov, mentor de lendas do salto com vara como Sergey Bubka e Yelena Isinbayeva. E ele sabia que estava se preparando da melhor forma que podia.

Thiago, em diversas entrevistas, reconheceu que teve momentos de quase desistência do esporte, principalmente na lesão que teve em 2014, quando caiu de um salto fora do colchão, o que lhe abalou muito não apenas na parte física e motora, mas que minou sua confiança em seguir em um esporte de altura. Apesar disso tudo, também citou a força que sentia da família nesses momentos sombrios, e principalmente de sua espiritualidade.

Thiago estava com foco total no agora, mente limpa e coração leve. "Nesse momento da corrida (para o salto), tento não pensar em nada, em não me distrair com nada, até mesmo com o público", 

Assim, Thiago Braz realizou algo que nunca tinha realizado. Chegou, literalmente, a um lugar mais alto, aonde jamais havia estado. Superou, literalmente, um obstáculo que nunca havia superado. Ele confiou que tinha as condições para o sucesso almejado. Só faltava ir lá e fazer o que tinha que ser feito.

Que o ano de 2017 seja um ano em que alcancemos esse mesmo estado. Que realizemos feitos nunca realizados. Que cheguemos mais alto do que jamais imaginamos. Que superemos obstáculos até então considerados intransponíveis. Que nos conheçamos. E que confiemos plenamente em nós mesmos.

E que, para isso, façamos tudo o que tenha que ser feito para chegarmos lá.


A Inner Selfie expressa toda sua gratidão por esse ano de 2016, com a certeza da evolução de nossas vidas em 2017.

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli






segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O leito de morte de nossos sonhos

Um dos exercícios que pratiquei em minha jornada como Coach foi a de imaginar-me em meu próprio leito de morte. O exercício consiste em visualizar-se no ambiente em que você viverá seus últimos minutos, com as pessoas queridas, uma a uma, despedindo-se de você, e você dizendo as últimas palavras a cada uma dessas pessoas. Esse exercício para mim, foi extremo, o mais desafiador que já havia praticado. Bastante pesado. E, na mesma proporção, um dos mais surpreendentes em termos de resultados.

Em um momento derradeiro como o do exercício, o que realmente passa a ter importância? O que fica? Do que eu mais sentiria falta? Como é saber que todas as chances acabaram?  O que eu diria a cada uma das pessoas que viessem me ver pela última vez? Quais sentimentos fariam sentido?

Aliás, O QUE faria sentido?

E meus sonhos e aspirações, aquilo que nem tentei, vão morrer junto comigo? Eles parecem muito mais saudáveis do que eu! Vou me tornar um verdadeiro túmulo de meus sonhos, e enterrá-los vivos dentro de mim? 

*  *  *

Na ocasião da construção da minha primeira casa, havia no terreno um arbusto que é conhecido como espinheira-santa. Muitas pessoas diziam que aquela planta era um chá eficiente contra diversos males do aparelho digestivo, entre eles, gastrites e úlceras. Eu estava feliz com aquele pequeno arbusto no quintal, até que me dei conta que a garagem passaria exatamente sobre a planta, que teria que ser cortada. E foi. E o concreto veio por cima.

Eis que o arbusto de espinheira-santa caiu no esquecimento. Até um ano e meio mais tarde.

Do meio do concreto, pela lateral da garagem, um pequeno broto da espinheira-santa passou um ano e meio forçando e lutando pela sua vida, ziguezagueando espaços na escuridão em direção à luz. Na consciência vital das fortes raízes que ficaram, a planta buscou espaços milimétricos para romper a dureza do concreto, e surgir de volta para o mundo. Ela cresceu. De tempos em tempos eu precisava dar uma podada, mas nunca mais tive coragem de cortá-la. Ela venceu seu próprio túmulo.

Assim são nossos sonhos. Eles se debatem dentro de nós. Eles sabem quem somos e quem podemos ser. Eles também têm uma consciência vital. Eles estão, tal qual o exemplo da espinheira-santa, procurando brechas para chegar à luz. 

*  *  *

Quando o exercício do leito de morte acaba, um sentimento de alívio muito forte tomou conta de mim. "Ufa, eu estou vivo"! E, apenas por me dar conta que eu estava VIVO, percebi a quantidade de coisas que tenho para realizar, de sentimentos bons para compartilhar, de pessoas que tenho HOJE que dizer que amo, que viver a gratidão é uma arte, e que é preciso praticar o perdão, em seu mais profundo senso, começando primeiramente a perdoar a mim mesmo.

Invista, e invista muito, em seus sonhos. Outro dia, ouvi que "a cada sonho abandonado, um anjo fica desempregado"...

Está difícil de "quebrar o concreto e alcançar a luz?"

O Coaching está aí para você.

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli





terça-feira, 29 de novembro de 2016

Enredado

Como é bom sentir a plenitude de nossa energia vital!

Seja com visões e ações que nos encham o espírito de iluminação, como admirar um nascer do sol na praia, a satisfação de um trabalho bem feito, ou ainda com situações frugais e corriqueiras, como estar em paz diante de uma xícara de café, pão e margarina, ou apenas por rir de algo bobo, mas que nos diverte. Estamos em nosso eixo. Estamos inteiros. Estamos em paz. Estamos VIVOS.

A consciência dessa energia vital e suas possibilidades proporcionam um senso de liberdade capaz de transcender os fatos do dia-a-dia. Assim, se tem a convicção que, por mais desafios que tivermos que encarar na vida, teremos força e flexibilidade suficientes para não esmorecer nunca. O desânimo e o abatimento momentâneos são não mais do que uma merecida retomada de forças para seguir. Apesar da estranheza, tudo está bem.

E consideramos que tudo está bem. Externamente.

Passam-se alguns dias. Algumas semanas. Alguns meses... certo dia, uma mensagem telepática nos surge, não se sabe de onde, gentilmente nos convidando a responder a seguinte pergunta:

"Estou retomando ou desperdiçando minha energia vital?"

Estamos sempre a um passo de sermos capturados por uma rede, tal qual um peixe, e ficarmos presos indefinidamente. Basta não olharmos para nós mesmos, para nossas coisas, nosso interior, nossos sentimentos, nosso próprio fluxo de energia vital.

Presos a sentimentos que não param de gritar em nossas cabeças, impedindo que nossa energia vital se manifeste. Ressentindo fatos que já não servem para nada. Presos a situações e hábitos as quais não mais desejamos, mas que não podemos contar para ninguém. Presos a pessoas que, pelas mais diversas razões, insistimos em manter em nossas vidas. Presos a dependências financeiras que nos tornam escravos de um valor em dinheiro que nunca se alcança. Presos a trabalhos que não estão alinhados com a expressão de nossa mais pura natureza. Presos a nós mesmos, nas limitações que temos. Ou melhor, nas limitações que nosso velho ego insiste que temos.

Então, somos como peixes presos em uma rede. Quanto mais nos debatemos em nossa autocomiseração, mais enredados e sem esperança nos tornamos. E assim, como os peixes. sem mais nenhuma energia vital, morreremos.

Ainda bem que temos escolha.

Diferente dos peixes na rede, chega o momento de responder à pergunta: "estou retomando ou desperdiçando minha energia vital"? Se o caso for a segunda opção, acredite que tudo o que está "prendendo" você em sua realidade pode ser transformado em uma liberdade igualmente real. Não se trata de largar tudo irresponsavelmente.  Trata-se de conhecer-se. Responsavelmente.

Qual o senso mais desenvolvido em você: o senso da segurança ou o senso do desafio?

Não serão as suas "redes" originadas a partir de seu senso menos desenvolvido?

Retomando forças através de uma readequação de atitudes e crenças, ou libertando-se através de uma reconfiguração sadia de mudanças e padrões mentais que respeitam seu senso mais desenvolvido enquanto fortalecem o menos desenvolvido, o importante é sentir, em seu âmago, que há muita vida pulsando, que há muito por fazer, que sua missão nessa vida está em pleno curso, e que cada segundo que se passa é uma gota preciosa de vida que encontrou o mar da memória, e que não retornará. 

Esse misterioso dom que temos chamado VIDA merece ser experimentado em sua mais profunda essência. 

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli




quarta-feira, 16 de novembro de 2016

As sombras

Um dos livros mais instigantes que cruzou meu caminho nos últimos tempos foi, sem dúvida, "O Efeito Sombra" (ed. Lua de Papel, 2010), de Deepak Chopra, Debbie Ford e Marianne WIlliamson. Nele, os autores definem a "sombra" como " tudo aquilo que não queremos ser, mas somos. É aquele sentimento escondido de todos, e aquele desvio de comportamento que uma pessoa considerada boazinha possui. É o desejo de se entregar ao vício, de explodir, de brigar. É toda a energia que tentamos não ter." Em poucas palavras: a centelha inicial em nossos processos de autossabotagem.

Essas partes obscuras de nosso ser psíquico, em grande parte das vezes, já vêm tomando forma e proporção desde nossas infâncias. De forma geral, as sombras vão ganhando terreno em nossas vidas na medida que agimos para construir uma personalidade que seja aceitável aos outros, mas que não integra todas as nossas dimensões e necessidades de modo satisfatório.

O que dizer das nossas listas de prioridades, de nossa organização, de nossos planos de negócios, da equalização de nossas finanças, ou até mesmo de nossa dieta quando, de repente, fazemos algo que põe tudo a perder: se temos que focar nas prioridades, nos distraímos com coisas sem nenhuma importância. Se precisamos nos organizar, procrastinamos até que não haja mais tempo para nada. Se temos um plano de negócios, nos refugiamos no terreno conhecido do que já temos por medo do insucesso. Se buscamos reorganizar nossas finanças, acabamos fazendo uma compra de algo que, horas, ou às vezes, minutos depois, nos causa apenas arrependimento. Quando decidimos fazer dieta e, após um dia disciplinado de alimentação, atacamos os doces da geladeira cinco minutos antes de ir dormir... as sombras são sorrateiras, e só podem ser combatidas de uma maneira: através de sua aceitação.

Se formos capazes de encarar nossas sombras, em suas mais diversas formas (pessimismo, arrogância, vitimismo, procrastinação, zona de conforto), e reconhecer que elas não são nossas inimigas, mas sim, partes feridas de nós mesmos, e que anseiam por amor e aceitação, alcançaremos a integração daquilo que o livro chama de "self", ou seja, nosso próprio eu da forma mais plena. É com essa integração que nossa luz é capaz de vencer nossas sombras.

Tenho uma imagem mental de que aquilo que chamamos de "zona de conforto" seja um lugar bem sombrio. E sair dessa sombra, em busca de nossa luz, pode ser um exercício desafiador, até mesmo doloroso. E quantos de nós estão aparentemente bastante seguros em suas sombras? Não estariam, na verdade, apenas temendo sua própria luz?

Olhar para essas zonas sombrias de nossa alma tem sido a parte mais impressionante que os processos de Coaching tem me proporcionado. Integrar as sombras e acender as luzes do nosso interior para sermos seres plenos em nossa essência. Cuidando com carinho tudo o que trazemos em nossos corações, renovando esperanças e atitudes com foco em tudo que podemos ser, e aonde queremos chegar.

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli







quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Minha experiência nos Alcoólicos Anônimos


Parte de minha formação como coach ocorreu visitando sessões dos Alcoólicos Anônimos. Não que eu tenha a doença do alcoolismo. Apenas resolvi entender os sinais que a vida (Deus, Universo, Inteligência Superior, como queira...) estava me enviando. Simplesmente me senti inspirado a visitar as sessões. E a inspiração pode muito bem ser uma mensagem telepática vinda de um futuro almejado.

A história do serviço dos Alcoólicos Anônimos remonta aos Estados Unidos de 1935, quando dois alcoólatras, Bill W. e Dr. Bob se conhecem e, decididos a deixarem o álcool, encontraram, um no outro, um amparo que transcendia os tratamentos da época. Ampliando o escopo do tratamento contra o álcool com elementos espirituais e que prezavam pela responsabilidade pessoal, conseguiram se manter sóbrios e, em pouco tempo, iniciaram o novo modelo de tratamento com outras pessoas que tinham a doença do alcoolismo. Com o passar do tempo, o tratamento foi se refinando, estabelecendo-se passos e tradições, as quais são seguidas invariavelmente da mesma forma em mais de 150 países, atualmente.

Para o A.A., o alcoolismo é uma doença que não tem cura. A própria Organização Mundial da Saúde, desde 1967, considera o alcoolismo uma doença.

Durante minha formação de coach, em minhas leituras, estudos e vivências, um determinado padrão de postura perante a vida começou a se tornar repetitivo. Algo como "tenha coragem de fazer o que depende de você, e saiba aceitar o que não depende de você". Pelo menos, uma vez por dia, esse padrão aparecia. Em um livro, em alguém com quem eu conversava, em algum fato... até que surgiu, já não lembro como, em minha frente, a Oração da Serenidade:


Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária 
para aceitar as coisas que não podemos modificar, 
Coragem para modificar aquelas que podemos, 
e Sabedoria para distinguir umas das outras.


Sinteticamente, esse era o padrão da mensagem telepática que o Universo estava me mandando. E descobri que é com essa era a oração que o A.A. inicia todas as suas sessões.

A partir daí, deu-se o insight: como os Alcoólicos Anônimos promovem a mudança de comportamento naqueles que desejam combater essa doença incurável do alcoolismo em suas bases físicas e espirituais? Como é a dinâmica dos encontros para essa promoção?  De que forma resgatam o ser humano em sua integridade?

"Promover a mudança de comportamento naqueles que desejam"... "ser humano em sua integridade".... "coragem para modificar as coisas que podemos"... Ora, essas são dimensões que o Coaching também trabalha! 

De repente, me vi numa quarta-feira à noite, em meio a pessoas com histórias de vida dramáticas, e que estavam ali em um processo de afirmação de seu propósito de se manterem sóbrios. Estavam se enxergando um nos olhos dos outros, compartilhando de uma mesma situação, e se amparando mutuamente. Tinham o desejo ardente de mudar, e, para isso, contavam com a noção de que uma força superior a eles (que pode ser entendido como Deus, mas não necessariamente) os apoiaria. Tinham um objetivo, e estavam alcançando. Não de uma vez. Mas a cada 24 horas. 

Visitei duas sessões do A.A., onde fui extremamente bem recebido. Todo o processo foi explicado a mim de modo claro e abrangente. Interagi bastante com os participantes. O trabalho é muito sério. Aprendi muito, e sou muito grato por isso. Tenho certeza que sou um coach melhor em relação a mim mesmo por ter tido a oportunidade dessa experiência. 

Vencido o preconceito, vencida a estranheza, vencida a acomodação, tive aprendizados e reflexões sublimes sobre minhas práticas de Coaching, e também, sobre uma das organizações mais admiráveis do mundo, que são os Alcoólicos Anônimos. 

Aceitei a mensagem telepática do Universo.

E você, tem recebido mensagens assim ultimamente?


Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

"Não sei... só sei que foi assim!"

A previsão era de uma semana muito chuvosa. E o pior: de um sábado muito chuvoso.

Organizar uma festa ao ar livre tem como um dos itens a serem arranjados o fato que não esteja chovendo. Além de convites, doces, salgadinhos, bolo e decoração, temos como arranjar também o tempo?

Como diria o Chicó, em O Auto da Compadecida: "Não sei... só sei que foi assim!"

Quando o aplicativo da previsão do tempo que tenho no celular começou a mostrar a previsão para o sábado, sete dias antes da festa, a expectativa era de chuva de terça a sábado, com uma pausa na sexta-feira. Meu primeiro impulso foi pensar positivamente na festa: "não vai chover, e a festa vai ser um sucesso!

Perguntei para minha esposa: "e se chover?". Ela baixou a cabeça e não respondeu. Entendi seu silêncio.

Tínhamos ainda a chance de prorrogar a festa por uma semana, se necessário, mas isso seria bastante prejudicial para nós, uma vez que todos os convidados já tinham confirmado presença, produtos perecíveis já haviam sido comprados, e já tínhamos compromisso marcado para o sábado seguinte. A festa iria ser NAQUELE sábado.

No silêncio da minha esposa, me dei conta que ela também estava em um trabalho mental de positividade com relação ao sucesso da festa de nossa filha. A minha segunda ação mental foi cancelar dos pensamentos a palavra "não". Substituí o "não vai chover", por "vai ter tempo bom para a festa". Isso sim era positivo!. A partir daí, foi um trabalho de cultivo cuidadoso de um padrão de pensamento que vibrasse de tal forma que pudesse proporcionar "um tempo bom para a festa".

Segunda-feira: previsão para sábado: chuva. Padrão de pensamento: ainda faltam seis dias, o tempo vai mudar para um tempo bom. 

Terça-feira: previsão para sábado: chuva. Padrão de pensamento: assim que começar a chover, os dias chuvosos passam, e teremos tempo bom no sábado.

Quarta-feira: previsão para sábado: chuva com trovoadas. Padrão de pensamento (nessa altura já estava mais natural exercer a positividade): como hoje está chovendo, vai chover hoje e talvez amanhã, e haverá tempo bom no sábado.

Quinta-feira: previsão para sábado: chuva com trovoadas. Padrão de pensamento: o tempo vai mudar para um tempo bom (nesse dia confesso que dei uma boa fraquejada, precisei fazer força para manter a vibração positiva).

Sexta-feira: previsão para sábado: chuva das 7 às 11 da manhã, nublado no restante do dia, com chuva a partir da 18 horas. A festa seria das 15 às 18. Padrão de pensamento: muita gratidão, é isso que quero!

Sábado. Chegou o dia. Teria toda aquela energia mental empregada na ideia de uma festa com tempo bom surtido efeito? 

"Não sei... só sei que foi assim!"

Assim... uma ótima festa, com diversão, com crianças sorrindo felizes e pais compartilhando bons momentos com elas. E com nuvens. 

E sem chuva. Absolutamente sem chuva. Pelo menos até às 18:30, quando a chuva finalmente chegou, encerrando a festa. Uma chuva forte, de pingos grossos, mas sem vento ou trovões. Apenas uma chuva que veio para reunir o convidados que ainda lá estavam embaixo do toldo onde estava a mesa do bolo. Para que todos pudéssemos nos despedir com alegria, todos juntos. E logo a chuva passou. E fomos para casa.

Por vezes, a única coisa que está sob nosso controle é exatamente ter FÉ que as coisas encontrarão o melhor caminho. E essa fé precisa ser forte, como um DESEJO ARDENTE, com cores, aromas, sons, texturas e sabores. Exercido e repetido. 

O que estava sob nosso controle foi feito. Positivamente.

Quero com essa história dizer que se não tivesse feito esse esforço de positividade, a festa teria sido prejudicada?

"Não sei... só sei que foi assim!"


Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli


sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Meus pensamentos positivos não dão certo


Vivemos o tempo mais avançado da história da humanidade. Temos consciência de muitas coisas que há 100 anos não passariam de uma quimera. Temos muito mais informação. Temos mais competências profissionais. Temos especialistas para qualquer assunto, prontos para oferecer soluções. Avançamos, sim, mas... evoluímos?


Em tempos avançados como os atuais, fala-se da necessidade de paz,  de harmonia, de entendimento, de cooperação  e autoconhecimento, seja entre pessoas ou entre nações, Porem, quais têm sido os resultados efetivos? Bem, qualquer jornal traz essas respostas. E elas não parecem nada alinhadas com aquelas necessidades... pensando bem, a guerra, seja em sentidos literais ou metafóricos, sempre pareceu fazer parte da realidade humana. Será que ninguém está pensando positivo?

Então, qual a base lógica para que entendermos que sim, a paz é desejável, que positivamente se almeja a paz, e como consequência se obtém exatamente o contrário? Ou ainda, em nível pessoal, por mais que eu queira e pense positivamente, não alcance meus objetivos? Não é isso que é a fé religiosa, o conhecimento esotérico, as pesquisas neurocientíficas ou o próprio senso comum têm apregoado? Não é esse o "segredo"? Então, "porque não está dando certo?".

No clássico  Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes,  Stephen Covey nos desperta para a dupla criação de tudo. Para Covey, primeiro, as coisas são criadas na mente. No pensamento. E dá como exemplo um arquiteto, que planeja construir uma casa. Primeiro, toda a casa vai nascendo em sua mente, até virar uma planta. Depois disso, vem o trabalho de transformar esse pensamento em realidade no mundo físico, ou seja, a construção da casa, de suas paredes e telhado. Claro que se poderia construir a casa fisicamente sem que houvesse criação mental. Mas há que custo? Em que tempo? Com qual dispêndio de energia? Com que resultado?  Por outro lado, e a construção mental sem a construção física, levaria a ter como resultado a casa almejada? Bastaria pensar positivo para ter a casa no mundo físico?

Um pensamento positivo sobre a construção de uma casa é um padrão de pensamento. Ou seja, com esse padrão de pensamento, estão se reunindo requisitos para que a construção seja possível. A casa ainda não existe de fato, ela está "em algum lugar do Universo", mas a energia gerada pelo padrão de pensamento propício está também tornando propícia sua realização. 

Pensemos agora em uma semente de um girassol. Pequenina, de forma amendoada acizentada... Pergunto: existe um girassol dentro daquela semente?

E agora, chega de perguntas. Porque meu pensamento positivo não dá certo?

Porque talvez você acredite que haja um girassol dentro daquela semente. Mas não há.

O que existe dentro dessa semente é a vida latente, possível, de um girassol. Existe um padrão energético e orgânico que poderá vir a se tornar um girassol. Mas a única possibilidade desse padrão de vida se tornar efetivamente uma vida é se transformar em um girassol! Esse padrão, a semente de girassol, não poderá se transformar em uma margarida, por exemplo!

Assim é com os padrões de pensamento. Eles são essas sementes, que só podem gerar no mundo físico aquilo que contém neles mesmos, desde que encontrem, para combinar com seus padrões energéticos, padrões de pró-atividade que possibilitem sua criação. A semente de girassol tem que estar na terra, e na terra, tem que atrair água, para que, quimicamente, interaja com seus nutrientes e se transforme em um pequeno broto, que rompa a terra e que, por todos os seus dias, se erga em direção ao sol. Nossos padrões de pensamento, assim, são a primeira e necessária criação daquilo que almejamos. A energia gerada por esse padrão está buscando alocação em ações no mundo físico que possibilitem a segunda e definitiva criação, seja essa criação um objetivo profissional, um bem material, um novo comportamento ou um sentimento de plenitude.

Cuidemos com carinho de nossos padrões de pensamento. Saibamos como lidar com nossos medos e crenças limitantes para que não interfiram tanto nesses padrões. E tenhamos sabedoria para aceitar que, na prática, não podemos ter controle sobre tudo e sobre todos os resultados. Algumas coisas simplesmente não dependem de nós. Mas, ainda assim, naquilo que depende de nós, que demos condições ao Universo de transformar nossos girassóis em girassóis reais, a partir de sementes sadias. De gerar pensamentos positivos que energizarão ações concretas e pró-ativas para alcançarmos nossos objetivos e realizar nossos sonhos. 

Para que nossos pensamentos positivos deem certo.

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A selfie interior

"Selfie".

A evolução do conceito de autorretrato fotográfico vem, por assim dizer, da própria evolução dos equipamentos de fotografia. Quando as máquinas fotográficas mais populares ainda dependiam de filme, o resultado de uma foto só seria possível após a revelação. Com o advento da fotografia digital, o resultado tornou-se automático, possibilitando a aventura de se tirarem autorretratos sem o medo de que o resultado não fosse satisfatório. Até porque, se fosse, poderia se fazer outra e outra selfie. O neologismo foi considerado a palavra do ano pelos responsáveis pelo dicionário Oxford, em 2013. Popularizou-se, e, atualmente, grande parte dos aparelhos celulares já vêm com câmera frontal para esse fim. Tirar uma foto de si mesmo.

Quando mergulhei nos processos e estudos de Coaching, a impressão que tive era que o autoconhecimento desencadeado pela dinâmica das sessões me fornecia uma verdadeira foto daquilo que estava em todos os lugares da minha alma. E, essa foto, quem estava tirando, era eu mesmo. Uma verdadeira "selfie interior". Sim, porque o Coaching preconiza a responsabilidade pessoal pelos resultados e metas. Não está baseado em visão de mundo de terceiros. Está baseado em reflexão própria, e daí, em ação pessoal.

Como qualquer foto, essa selfie interior traz bem nitidamente os lugares bem iluminados de nossa alma. E, também, como qualquer foto, pode não mostrar com nitidez os cantos mais escuros. O Coaching, sob essa ótica, é  capaz de equilibrar a luminosidade interna para que nossa selfie torne-se harmoniosa, com cores vivas, e capaz de inspirar o movimento em direção aos nossos maiores sonhos e objetivos. 

E essa selfie vai sendo tirada no dia-a-dia, através de reflexão e autofeedback. Trabalhando nossas limitações e fortalecendo nossas potencialidades, até que ela se torne a melhor versão de nós mesmos!

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Coaching - há séculos na moda



Outro dia, conversando com um conhecido, perguntei-lhe se sabia do que se tratava um processo de Coaching, ao que me respondeu: "sei que é uma coisa que está na moda"...

De fato, para as pessoas que ainda não passaram por um processo de Coaching, ou que tenham apenas ouvido falar, não é de se estranhar que o Coaching soe como algo moderno, sofisticado, caro e..."na moda"! Mal sabem que, de certa forma, determinadas ferramentas de Coaching vêm atravessando os séculos.

O processo, em linhas gerais, envolve um Coach (o profissional do Coaching) e um Coachee (o cliente). Diferente do que o senso comum acredita, o Coach não é necessariamente um "treinador", mas sim, alguém que auxiliará o Coachee a iniciar um processo de autoconhecimento e  movimento em direção a seus objetivos, sejam estes de aspecto pessoal ou profissional. O princípio está na assunção de que cada um de nós já traz em si todos os recursos necessários para atingir seus objetivos, precisando, apenas, descobrir onde estes recursos estão localizados em seu íntimo. Assim, o Coach trará luz ao caminho que levará o Coachee a seu objetivo, sem esquecer que a responsabilidade pessoal por seguir nesse caminho é do próprio Coachee.

Baseado em estudos científicos tão diversos quanto a Andragogia, Neurociência e Neurolinguística, entre outras, um processo de Coaching basicamente se dá a partir do chamado método socrático, que consiste em um diálogo com o Coachee com a função de reflexão e descoberta dos próprios valores e crenças. Assim, apesar de o Coaching ter sido impulsionado no campo esportivo nos anos 70, a raiz do método, por si só, está muito mais profunda do que uma "moda" pode estar.

Os benefícios do Coaching no que toca desenvolvimento pessoal, autoconhecimento, crescimento profissional, senso de liderança, empoderamento e eficiência pessoal e profissional têm sido experimentados por milhares de pessoas ao redor do mundo, derrubando barreiras de crenças limitantes e gerando grandes transformações naqueles que buscam o processo, e o seguem visando suas metas na vida.

Por fim, o Coaching é capaz de proporcionar ao Coachee uma visão integrada de si mesmo, com todas suas limitações e fraquezas, bem como suas potencialidades e talentos. Participar de um processo de Coaching é olhar para si, e desse ponto de vista, para o futuro almejado.  Como proferiu o próprio Sócrates, na Grécia antiga: "Conhece-te a ti mesmo, e conhecerás o Universo e os deuses".

Grato pela confiança,
Marcelo Pelissioli